segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Odoiyá, Iemanjá!



Hoje, 2 de fevereiro se festeja Iemanjá.
Diz-se de Iemanjá, um orixá, que seja uma deusa, uma rainha. A rainha das águas, a rainha do mar.
E se fazem oferendas: pentes de plástico, espelhos, garrafas de vidro com perfumes e champanhe. É a cultura, é a tradição, para obter-se o favor da deusa e suas bençãos.
Questiono se esta prática, se a deusa vive no mar, é realmente algo que pudesse trazer algum favor, pois se ela vive nas águas, gostaria sem dúvida de ter seu lar bem limpinho. Eu que nem deusa sou, acho fundamental. Pode até ser bagunçado, mas tem que ser limpo.
E se eu representasse para tanta gente as águas da Terra, preferiria que meus devotos tivessem respeito por aquilo que eu represento, e abriria mão de tanta quinquilharia. Acho que esse é o comportamento esperado de uma deusa, de uma rainha que não depende disso para ser bela.
É obvio que os credentes vão me apontar o dedinho e dizer: "você não acredita, você não sabe o que é isso, você não entende" e com isso justificar o dano que causam. Vão me dizer: "é a tradição".
E eu não entendo mesmo. Pois para mim, a cultura e a tradição não podem justificar um erro tão abissal. Ela não pode servir de muleta para a manutenção de uma prática danosa (inclusive para a própria homenageada). Faz anos, décadas, séculos que se faz assim, mas e se eu dissesse que Iemanjá já existia, como orixá e aquilo que representa, antes do perfume, antes do champanhe, do espelhinho e do pente de plástico? E se eu dissesse que na sua origem africana, estes bens não eram parte da oferenda a orixá? Quer ser tradicional? Faça colares de sementes, biodegradáveis, que servirão a alimentar os peixes, ao invés de matá-los.
Mas não depende de crença, depende de fé. Você tem fé? Eu tenho. Fé no bom senso.
Adorei ter visto ontem na TV o Carlinhos Brown fazendo um discurso de bom senso sobre as oferendas, para evitar o acúmulo de detritos e lixo no mar. Nada mais representativo da Bahia e de seus valores que ele. E talvez por isso ele preserve o que ama: a sua terra.
Seria bom que as pessoas adequassem a tradição ao cuidado verdadeiro com o mar e as águas.
Iemanjá iria gostar com certeza, pois bem mais que um espelho de vidro, recuperaria seu espelho de água.
Mãe do rio, Odoiyá, Iemanjá! Cuide bem das suas águas, porque nós ainda não aprendemos a fazê-lo!

PS: E parabéns para minha tia Nilze, que completa 70 anos hoje. Sua alegria é um exemplo de vida! Beijos.

2 comentários:

thais disse...

eu tb nunca entendi.....

ai ai...

Anônimo disse...

Parabéns tia Nilze! Eeeeee! hehe (sem graça! e atrasada ainda! hehe)
***
Gente, aquele povo jogando aquele monte de sujeira pra tal deusa... qnta ignorancia minha gente... e quem vai pagar por isto? É ela, a yayaya (sabe Deus qntos nomes são...)?
Olha não entendo nada disso aí mas tbm não vejo lógica, é cada coisa que aparece!