Direto do National Institute of Environmental Health Sciences, do NIH e do University of Pittsburgh Cancer Institute, um comentário bastante interessante sobre os limites dos atuais modelos de ensaios para identificação de carcinógenos.
Os autores, Dr.s James Huff, Michael Jacobson e Devra Lee Davis criticam a real eficácia do modelo atual de bioensaios para carcinógenos químicos, considerando que tais estudos são conduzidos em animais de experimentação (geralmente roedores) por 2 anos apenas. Eles acreditam que diante de descobertas mais recentes sobre os mecanismos de ação de certas moléculas, estes estudos deveriam iniciar-se in utero e continuar por 30 meses ou até a sua morte natural (cerca 3 anos).
Ao observar três diferentes substâncias químicas tanto por estrutura como por uso, ou seja: aspartame, cádmio e tolueno, os autores sugeriram que o fato de extender o período de observação de intrauterino até morte natural, aumenta a sensibilidade destes ensaios, evita falsos-negativos e reforça o valor dos achados para as agências reguladoras.
Eles sugerem também que se os resultados controversos para certas substâncias químicas seja reproposto utilizando este intervalo, para melhor acessar o potencial carcinogênico destas substâncias e adequar os protocolos (que foram estabelecidos na sua maioria nas décadas de 60 e 70 do séc. XX).
Alterar os tempos de observação e as doses nos estudos animais, levaria a um aumento na proteção de trabalhadores e consumidores (e toda a cadeia que se segue), expostos a agentes potencialmente contaminantes danosos no seu ambiente de trabalho ou em seus lares, a aditivos alimentares e outras substâncias químicas ao longo de suas vidas.
James Huff, Michael F. Jacobson, and Devra Lee Davis
The Limits of Two-Year Bioassay Exposure Regimens for Identifying
Chemical Carcinogens
Environ Health Perspect 116:1439–1442(2008)
http://www.ehponline.org/members/2008/10716/10716.html
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