sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Genisteína, efeitos no desenvolvimento embrionário

A Genisteina (GNT), uma isoflavona natural, composto encontrado em produtos derivados da soja, afeta várias funções celulares, incluindo proliferação, diferenciação e morte celular.
Pesquisadores da Chung Yuan Christian University de Formosa, particularmente do Bioscience Technology and Center for Nanotechnology, emcabeçados por Wen-Hsiung Chan, vem elucidando aspectos não tão brilhantes da exposição a este composto.
Já em um estudo anterior, eles haviam assinalado os efeitos citotóxicos da genisteína nos blastocistos de camundongos e sua associação com defeitos no seu desenvolvimento in vitro. Em um novo artigo, apenas publicado, eles investigaram os efeitos da GNT na maturação do oocito e subsequentemente o desenvolvimento pré e pós implantação, tanto in vitro como in vivo.
Os pesquisadores observaram que a genisteína induziu a uma redução significante na taxa de maturação dos oocitos, de fertilização e de desenvolvimento embrionário in vitro. A exposição de oocitos à genisteína durante a maturação in vitro (IVM) levava a um aumento na reabsorção dos embriões pós-implantados e uma diminuição do peso fetal e placentário.
Em um modelo in vivo (camundongo), os pesquisadores demonstraram que o consumo de água contendo genisteína levou a uma diminuição da maturação e da fertilização in vitro, como também lesões precoces de desenvolvimento. Eles acreditam, em base a seus achados, que tenha acontecido uma inibição seletiva dos receptores do ácido retinóico nos blastocitos tratados com genisteína durante a maturação do oocito.
O artigo foi publicado na Reproductive Toxicology de Julho.

Para ler mais:

Chan WH.
Impact of genistein on maturation of mouse oocytes, fertilization, and fetal development.
Reprod Toxicol. 2009 Jul;28(1):52-8.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009



No vídeo o Dr. Robert M. Carey, presidente da "Endocrine Society", anuncia o primeira declaração científica da Sociedade em relação aos interferentes hormonais e em seguida o Dr. Hugh Taylor, professor, pesquisador e endocrinologista reprodutivo na Yale University, dá uma entrevista sobre conselhos em relação ao bisfenol A.
O som não é esplêndido, infelizmente e o vídeo é em inglês, mas representa uma importante tomada de posição.

Para saber mais: http://www.endo-society.org/

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Publicidade (de alimentos) para crianças

É com prazer que li no blog da Maria Inês Dolci que os publicitários decidiram criar um código de conduta antecipando a ANVISA no que concerne a propaganda de alimentos ricos em sódio, açúcares, gorduras saturadas e trans e bebidas (refrigerantes e afins) com baixo teor nutricional.
Quem quiser ler o artigo: http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br/arch2009-08-23_2009-08-29.html

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Notícias da ANVISA

Na tentativa de reduzir a compra por impulso e a automedicação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária baixou novas normas para regulamentar os medicamentos OTC, que passarão a ser solicitados ao atendente no balcão (não necessariamente um farmacêutico diplomado). Segundo a agência o consumidor tem o direito a ser orientado em sua compra. Eu particularmente acrescento, desde que por alguém cuja competência em matéria seja superior a sua própria.
Para saber mais sobre este tema: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/210809_1.htm

Foi proibida a propaganda e comercialização do Atroveran Plus, houve divergência entre a formulação do medicamento "composto" e do "plus", contendo o primeiro dipirona e o segundo paracetamol, podendo fazer com que o consumidor leigo entenda que o segundo é "mais forte" do que o primeiro, induzindo ao erro.
Para saber mais: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/190809_2.htm

Uma proposta para regulação da propaganda de alimentos está em andamento. Era hora.
http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/200809_1.htm

A Agência também está tentando reduzir a informalidade nos detergentes e amaciantes, disponibilizando on line a petição para registro. Isto aumenta o controle e a segurança destes produtos e consequentemente a do consumidor final, a do ambiente enfim, é uma coisa positiva. Só cria problema para quem faz o produto, pois deve se enquadrar nas exigências legais, mas vale a pena. Se você conhece quem faz detergentes e amaciantes, estimule o registro do produto. Vai ser bom para todo mundo.
Para saber mais: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/190809_3.htm

sábado, 22 de agosto de 2009

Viva a sinceridade!



A mãe pergunta: -"Você gosta de mim?"
E ele responde: "-Só quando você me dá biscoitos!"

O garoto não tem vocação para político, ou tem?

Bom final de semana!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tox21, as novas dimensões dos testes toxicológicos

O que há de novo na abordagem toxicológica?
O texto publicado na EHP traz uma panorâmica sobre as novas formas de abordar a toxicidade.
Aos interessados, recomendo a leitura do texto completo.
É gratuita, em inglês, e pode ser descarregada em: http://www.ehponline.org/members/2009/117-8/EHP117pa348PDF.PDF

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Influenza e Meteoropatia

Na etimologia médica o termo "influenza", originario do italiano (do latim influentia), designava originalmente (no sec. XVIII) um estado patológico que associava distúrbios físicos a eventos astrológicos, como bem descrito no blog História da Medicina do Dr. Elvio Tuoto.
Com o tempo e a descoberta do agente etiológico, o vírus passou a ser denominado "influenza" e a influenza passou a se chamar popularmente "gripe".

Porém o curioso é que de fato existe uma entidade clínica cujas manifestações estão ligadas a mudanças climáticas. Esta patologia se denomina meteoropatia.
Não, meteoropatia não são as lesões provocadas pela queda de um meteoro na cabeça de ninguém, embora quem a sofra sinta um profundo desconforto.
Esta patologia ocorre em indivíduos predispostos que manifestam os sintomas geralmente pouco antes da mudança climática, apresentando uma fase aguda durante o evento seguido da atenuação e desaparecimento dos sintomas coincidente com o fim do evento climático.
Os sintomas variam de indivíduo para indivíduo e incluem irritabilidade, nervosismo, insonia, desânimo, cansaço e apatia com sintomas depressivos na fase aguda, digamos, uma quase TPM climática. Geralmente ocorrem ligados à baixa pressão atmosférica com fenômenos ventosos, chuvosos e temporalescos.
Alguns indivíduos, já portadores de doenças crônicas podem ter piora em seus quadros clínicos sazonais, como no início da primavera, causando agravamento em quadros como hemicranias, asma, artrose, reumatismos, alergias, dispepsia, uro ou nefrolitíase e colelitíase e neste caso se configura a meteoropatia secundária.
A causa provável da meteoropatia está relacionada a neuroregulação da adenohipófise e ao stress adaptativo.
Existe um teste diagnóstico (Gualtierotti-Tromp) para determinar se o indivíduo é meteoropático, não invasivo, que acessa basicamente a capacidade de termoregulação, que nos indivíduos sensíveis é menos eficaz.



Eu descobri ser meteoropática há alguns anos por conta do Scirocco, vento que sopra do Norte da Africa em direção à Italia e traz nuvens de areia do deserto.
Considerando as mudanças climáticas em curso no planeta, talvez valha a pena estarmos cientes desta "influenza" também.

Para saber mais sobre meteoropatia(site em italiano): http://www.naturmed.unimi.it/meteolab_biometcl.html

Para ler sobre história da Medicina:
http://historyofmedicine.blogspot.com/2009/08/origem-dos-termos-influenza-e-gripe.html

Foto: Scirocco, Sirenetta (sirenetta.splinder.com).

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quando o excesso dita a regra

O World Cancer Research Fund alerta: comer embutidos demais pode levar a cancer de colon e sugere aos pais que reduzam a frequência em que oferecem aos seus filhos presunto, carnes salgadas, salames, salsichas e etc, substituindo por carne de frango ou peixe, queijo "magro", pasta de grão de bico, ou mesmo carne magra...
O assunto não é novo. Na verdade sabe-se que os conservantes em excesso colocados nestes produtos industrializados podem induzir a neoplasias em adultos. A mesma instituição conduziu no ano passado um amplo estudo sobre este tema, mas agora alerta que é necessário "educar" as crianças para que o risco a longo prazo seja reduzido.
O WCRF desde 1997 recomenda que a dieta equilibrada e rica em frutas e verduras pode ser de grande auxílio na prevenção de vários tipos de cânceres e de outras doenças degenerativas.
O órgão também alerta que deve ser evitado o consumo de peixes e carne cozidos em altas temperaturas, na grelha ou defumados.
É importante manter o peso-forma, fazer atividade física e evitar excessos.
Nada que o bom senso não recomende.

Para saber mais:

http://www.wcrf.org/

Para ler a notícia no site da BBC: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8202188.stm

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Menos testes desnecessários em animais!

Pela primeira vez após o REACH a European Chemicals Agency está predispondo uma consulta pública sobre uma específica substância de modo a evitar testes desnecessários em animais.
Os fabricantes e importadores de substâncias químicas são obrigados pelo protocolo REACH, atualmente em vigência na UE, a fornecer o relatório (dossier) de toxicidade dos produtos que elas desejem registrar. Este dossier deve ser submetido a ECHA, incluindo o relatório dos efeitos sobre a saúde humana e ambiental.
Se a empresa considera que é necessária uma maior investigação, é necessário que eles enviem o pedido à ECHA sugerindo um protocolo de pesquisa específico e os testes necessários, para que sejam avaliados e aprovados pela agência. Então a agência levanta o máximo de informação sobre a substância em questão, para verificar se DE FATO os testes complementares são NECESSÁRIOS.
Para isto todas as pessoas e organizações que possuam informações relevantes sobre a toxicidade de uma determinada substância colocada em consulta pode enviar seus dados, desde que estes sejam relevantes científicamente.
Atualmente a ECHA está aberta para consulta sobre uma substância presente em lubrificantes.
Todas as pessoas que possuam dados relevantes de toxicidade da substância em questão ( neste caso a substência genérica: “hydrogenated oligomerisation product including dimers
and trimers, of tetradec-1-ene and alkene”, ou seja produtos oligomerizados e hidrogenados, dímeros e trímeros de tetradec-1-eno e alqueno) são convidados a comunicar seus achados, em especial no que concerne a toxicidade reprodutiva e efeitos sobre a saúde.
Como o fabricante propôs testes em vertebrados como parte do protocolo para determinar se a substância é ou não perigosa para o sistema reprodutor, e assim sendo, a ECHA deve avaliar a adequação destes protocolos, emendá-los, rejeitá-los ou aceitá-los.
Este mecanismo vai restringir os testes em animais, fazendo uma análise crítica do que já existe e evitando uma repetição destes testes.
Vai poupar vidas e tempo.

Para maiores informações: http://echa.europa.eu/home_pt.asp

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Efeitos de longo prazo sobre o comportamento e a fisiologia reprodutiva por interferentes hormonais

Este é o título do artigo de duas pesquisadoras do North Carolina State University em Raleigh, as Dr.as Heather B. Patisaul e Heather B. Adewale, publicado no "Frontiers in Behavioral Neurosciences" de Junho.
As autoras abordam a interferência endócrina e seus efeitos sobre o feto, cujas manifestações podem levar décadas para serem evidenciadas além de abordar a influência destas experiências precoces no comportamento e na fisiologia reprodutiva através de mecanismos epigenéticos (tais como acetilação de histonas e metilação do DNA, por exemplo).

Para os fãs da soja na alimentação infantil, vale dar uma olhadinha (ver genisteína).

Para saber mais, o artigo (em inglês) está disponível gratuitamente em: http://www.pubmedcentral.nih.gov/picrender.fcgi?artid=2706654&blobtype=pdf.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

De volta

Depois de um período de férias retorno hoje ao blog.
Vi algumas notícias preocupantes no noticiário brasileiro, embora meu acesso fosse restrito:
Faz 3 meses houve uma denúncia sobre a presença de benzeno, substância cancerígena, em refrigerantes de larga distribuição em todo o território nacional.
No entanto, apesar deste achado no mínimo desconfortante, nada foi feito no sentido de eliminar dos produtos este contaminante.
A gripe A está entre nós, com todas as paranóias de uma pandemia. Recordo que as medidas de precaução são as mesmas que para uma gripe comum e já foram descritas neste blog em post anterior.
A partir de amanhã trarei novos artigos e comentários.
Sob efeito do jet-lag deixo meu abraço a todos. Até!