Eu não sei se aconteceu com vocês, mas confesso que quando nasceu minha filha tive a consciência do que se chama instinto animal de proteção da prole. Foi uma coisa fortíssima e absolutamente irracional, e isto me chamou muito a atenção para como uma alteração hormonal pode fazer com que você perceba a realidade de forma muito diferente do que ela se apresenta de fato. Me senti muito solidária com as leoas, que atacam quem se aproxima de sua prole.
Portanto, leio com interesse um artigo dos Dr.s Oliver Bosch e Inga Neumann do Dept. de Ciências Neurocomportamentais do Inst. de Zoologia da Universidade de Regensburg, Alemanha, sobre a ação da Vasopressina como modulador do comportamento materno.
Os autores estudaram a Arginina Vasopressina (AVP) no que diz respeito as ações tipicamente maternais de cuidado, alimentação, procura da prole e contato, utilizando métodos farmacológicos e genéticos. Somente a Ocitocina (OXT), hormônio de estrutura similar, já havia demonstrado ser promotor do "instinto maternal". A experimentação foi conduzida em ratos.
Os autores através de bloqueio do receptor do hormônio nas mães, puderam observar uma perda no interesse e nos cuidados destinados à prole, com o resultado que esta última cresce com dificuldade de interação social e instabilidade afetiva.
Para quem quer saber mais, o artigo foi publicado na PNAS e é gratuito para acesso:http://www.pnas.org/content/early/2008/10/24/0807412105.full.pdf+html?sid=a774206b-9183-45ce-928f-d151490b2b1e
Nenhum comentário:
Postar um comentário