Na Folha de São Paulo de hoje, uma interessante e esclarecedora entrevista do presidente da ABIA, Sr. Edmundo Klotz sobre gorduras trans, prazos e ingerência governamental na indústria alimentar, ao jornalista Ricardo Westin.
Interessante porque diz respeito ao prazo para eliminação das famosas gorduras trans dos alimentos industralizados no Brasil e esclarecedora por demonstrar o quanto o consumidor vale do ponto de vista da indústria apesar de todas a maravilhosas campanhas de marketing com famílias felizes.
Curiosas são certas respostas, coisas do tipo:
"O que é bom para eles pode não ser bom para nós. Brasil é uma coisa, Canadá é outra."
e
"Se for fixado um prazo para acabar com gordura trans, vamos ter de criar porco de novo e voltar à velha banha. Somos como as montadoras de automóveis. De repente proíbem as montadoras de usar ferro nos carros, porque faz mal, dá câncer... Vão usar o quê? Cola, chiclete? Esse é o grande drama. Ainda não temos nada com um resultado final parecido com o da gordura trans."
e
"A ciência pega um monte de rato e enche de margarina, o bicho morre entupido e conclui-se que a gordura trans faz mal. Pode até fazer mal, eu não sei."
e ainda:
"Agora, falar em termos gerais da gordura trans como se fosse o grande veneno... Nós, então, estamos comendo veneno desde os nossos antepassados mais remotos. E isso fez mal para alguém?"...
Posso entender perfeitamente o desespero da indústria em dever-se adequar a evidências de que os métodos atualmente usados não são os ideais.
Posso também entender que isto represente custos e ninguém quer por a mão no bolso.
Mas me parece um pouco ridículo que uma pessoa que ocupa um cargo tão proeminente em uma indústria que representa um terço do PIB nacional (sic), saiba tão pouco sobre saúde pública e tenha pelo consumidor um respeito tão pequeno.
Sim, eu não sou canadense (talvez seja o caso de pensar infelizmente), mas eu mereço o mesmo respeito.
Lá foi possível eliminar totalmente do mercado as gorduras trans em um prazo de três anos.
Se 30% dos biscoitos do mercado já foi capaz de solucionar o problema da gordura trans, quer dizer que o problema tem solução.
Ou se não tiver, é melhor tirar o produto do mercado.
Não é uma questão do gosto do produto, é uma questão de qualidade do produto.
Gostaria de saber se o entrevistado compraria um carro que sabidamente lhe causasse câncer, ou se preferiria ir de bicicleta, de balão, à pé ou com qualquer outro meio alternativo.
Tenho pena do cardiologista que o terá em cura...e do oncologista também.
PS: Vou continuar lendo os rótulos e EVITANDO TODOS OS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS QUE CONTENHAM GORDURAS TRANS (de origem VEGETAL). É possível, é saudável, é inteligente.
Prefiram sempre óleos obtidos por espremedura a frio, pois o calor transforma gorduras cis em gorduras trans.
Para saber mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442469.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442488.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442474.shtml
Para óleos vegetais de ótima qualidade: (não, não sou patrocinada por eles)
http://www.vitalatman.com.br/lojav2/
Um comentário:
Que homenzinho estúpido!!!!!!!
Eu parei de comprar quando a Melissa começou a comer. Parei e não senti falta NENHUMA!
É tão fácil fazer certas substituições, né?
Beijo
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