A revista Gynécologie Obstétrique & Fertilité de Agosto traz um artigo de Françoise Brucker-Davis e seu grupo sobre a incidência de criptorquidia* correlacionada a poluentes ambientais no leite materno.
(*Para quem não sabe, criptorquidia é a retenção dos testículos dentro da cavidade abdominal nos meninos. É um fenômeno evolutivo relacionado à sinalização andrógena no feto masculino.)
O grupo pesquisou 15 contaminantes ambientais do leite materno conhecidos por sua ação anti-androgênica ou anti-estrogênica, inclusive diclorodifeniltricloro etileno (DDE), bifenis policlorados (PCBs), dibutilftalato (DBP) e seu metabólito monobutilftalato MBP, hexaclorobenzeno (HCB).
Os resultados mostraram contaminação universal do leite com interferentes endócrinos nas mães francesas (mas que podem ser facilmente transpostos para nossa realidade urbana) e suportam a associação entre criptorquidia e exposição fetal a PCBs e possivelmente DDE sozinhos ou em associação com os outros compostos.
Apesar destes achados, gostaria de deixar claro que o leite materno, apesar de toda a contaminação ambiental, é ainda o melhor leite para os nossos bebês, por conta do seu componente imunitário, que vai além das qualidades nutricionais e que nenhuma fórmula no mundo é capaz de dar.
Para saber mais:
Gynecol Obstet Fertil. 2008 Aug 14. (artigo em francês disponível no site)
[Environmental pollutants in maternal milk and cryptorchidism.]
Brucker-Davis F, Ducot B, Wagner-Mahler K, Tommasi C, Ferrari P, Pacini P, Boda-Buccino M, Bongain A, Azuar P, Fénichel P.
Service d'endocrinologie-diabétologie-médecine de la reproduction, pôle Gore, hôpital l'Archet 1, CHU de Nice, 151, route de Saint-Antoine-de-Ginestière, 06200 Nice, France; Inserm, unité 895, 06200 Nice, France.
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