quarta-feira, 2 de julho de 2008

A ilha de plástico e o efeito boomerang


Você sabia que no Oceano Pacífico existe uma "ilha de plástico" quase do tamanho de dois Estados Unidos?

O oceanógrafo que a descobriu, Charles Moore, calcula cerca de 100 milhões de toneladas de resíduos de plástico flutuando a cerca de 500 milhas nauticas da costa da Califórnia.

Na verdade, não é uma ilha como a gente imagina, sólida, que se possa caminhar, é como uma sopa de plástico. Está situada dos dois lados das ilhas Hawaii, em duas regiões onde as correntes marinhas carregam estes resíduos, conhecidas como a North Pacific Gyre, a Lixeira do Grande Pacífico, ou o vórtice do lixo, e continua a aumentar, podendo até dobrar de tamanho na próxima década.

Cerca um quinto do lixo, que inclui de tudo, desde bolas de futebol, brinquedos até kaiaks e sacolinhas de plástico, vem de navios, o resto vem da terra firme. Pense que cada objeto de plástico que caiu no mar nos últimos 50 anos PERMANECE LÁ, EM ALGUM LUGAR.

Acredita-se que o plástico seja cerca de 90% de todo o lixo flutuante nos oceanos e constitui a causa mortis de mais de um milhão de pássaros marinhos e cerca de 100.000 mamíferos marinhos. E se encontra de tudo nos estômagos destes animais, seringas, escovas de dentes, isqueiros, copinhos de plástico e garrafas PET.

Esta massa de plástico circulante é um risco também para humanos pois a fragmentação em pequenos pedaços libera os nossos já conhecidos contaminantes que acabam por entrar na cadeia alimentar e fazer parte de nosso jantar, e consequentemente de nós também.

Este tema foi tratado pelo "The Independent" ( de onde provém a imagem, http://www.independent.co.uk/environment/the-worlds-rubbish-dump-a-garbage-tip-that-stretches-from-hawaii-to-japan-778016.html) e pela RAI em reportagem recente.


Mas não pensem que estas áreas se limitam somente ao oceno Pacífico. Todos os mares do mundo possuem áreas de vórtice, onde as correntes giram sobre elas mesmas e levam a uma estagnação dos materiais. Inclusive o Oceano Atlântico.

2 comentários:

thais disse...

ave, não sabia disso, também.

estou cada dia mais preocupada. acho, realmente, que não tem mais como mlehorar.

Sandra Goraieb disse...

Thais, olha, não quero dourar a pílula, não. A coisa já passou mesmo do ponto de saturação. Eu sou mais velha que você e te confesso que muitas vezes me sinto muito amarga quanto ao destino dos seres viventes como conhecemos atualmente. Creio que as espécies vão ter que se adaptar ou desaparecerão mesmo do planeta. O processo de limpeza da Terra seria um esforço imenso e pouco plausível. Não creio que a humanidade abra mão de sua vida, de seus hábitos. Somos uma raça egoista e prepotente. Nos achamos o centro do universo, quando na verdade somos só uma poeirinha cósmica. A questão é, como te escrevi outro dia, se pensamos em nós como seres individuais, estamos condenados. Se mudamos o ponto de vista e anulamos completamente a nossa importância, então as valências são outras e as perspectivas também. Mas quem abre mão do próprio ego?