Ultimamente há no mercado uma enorme quantidade de produtos derivados da soja. A soja vem sendo cantada em versos e prosa por suas excepcionais qualidades nutritivas, mas também por suas propriedades ligadas às isoflavonas que contém. Tudo parece uma beleza, mas as coisas não são tão bonitinhas quanto podiam parecer.
Porém, há na literatura uma boa quantidade de artigos que analiza o excesso de consumo de soja e efeitos colaterais indesejáveis, principalmente relacionados com a presença de genisteína (fitoestrógeno) em seus subprodutos.
O mais recente artigo é de um consórcio de universidades como a de Oxford e a de Loughborough e a Fundação para Pesquisa em Alzheimer (Alzheimer's Research Trust). Os pesquisadores nas Universidades inglesas em colaboração com pesquisadores na Indonésia, analizaram o efeito de uma dieta rica em soja, em especial de tofu e leite fortificado com soja na população anciã da ilha de Java (2 zonas rurais e 1 urbana) e encontraram uma piora da memória nos indivíduos em especial nos indivíduos acima dos 65 anos que ingeriam tofu ou derivados da soja mais que 2 vezes por dia. Estes indivíduos apresentavam uma perda de cerca 20% da memória quando comparados ao grupo controle.
Mulheres acima dos 65 anos e as pessoas vegetarianas seriam as de maior risco, justamente pelo aumento do consumo de derivados da soja.
Segundo a autora principal do artigo, Profa. Eef Hogervorst*, em outros estudos já se observaram os efeitos deletérios sobre a memória mesmo em quem tinha uma ingesta de tofu e produtos similares mesmo somente duas ou três vezes por semana.
Ela supõe que os achados estejam relacionados com o efeito do excesso de estrógenos sobre a célula nervosa envelhecida, efeito que nas células jovens não se verifica ou poderia ser até o contrário.
Para saber mais:
Hogervorst E, Sadjimim T, Yesufu A, Kreager P, Rahardjo TB. High Tofu Intake Is Associated with Worse Memory in Elderly Indonesian Men and Women. Dement Geriatr Cogn Disord. 2008 Jun 27;26(1):50-57. (texto disponível on-line)
*A Prof.a Hogervorst, PhD, é neuropsicóloga e epidemióloga, especializada em declínio cognitivo relacionado à idade e Doença de Alzheimer, tendo trabalhado nas Universidades de Oxford, Arkansas Medical Sciences, e Cambridge. Atualmente é professora e pesquisadora do Departamento de Ciências Humanas da Universidade de Loughborough, UK.
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