sexta-feira, 6 de março de 2009

Preservantes em cosméticos, um mal necessário.

Cosméticos com uma grande percentual de água apresentam riscos de serem contaminados por micro-organismos que podem alterar a composição do produto ou se tornar um risco para a saúde do consumidor.
Os micro-organismos patogênicos mais frequentes envolvidos na contaminação de cosméticos são o Staphylococus aureus e a Pseudomonas aeruginosa.
No sentido de evitar a contaminação de cosméticos, os fabricantes adicionam preservantes (antibacterianos e antifúngicos) aos seus produtos.
Nos diversos mercados do mundo, tanto nos EUA, na União Européia como no Japão e nos diversos países, inclusive o Brasil, existe uma legislação específica que regula o uso destes ingredientes.
Existem alguns preservantes disponíveis no mercado que predominam em termos de frequência: parabenos (toda a família, singularmente ou em associação), formaldeído, liberadores de formaldeído e metilclorotiazolinona/metilisotiazolinona. Nenhum deles isento de restrições ou efeitos indesejados.
As concentrações destes preservantes varia muito, mesmo dentro de uma mesma tipologia de produto o que indica que é possível que em muitos casos as dosagens atualmente empregadas sejam superiores as reais necessidades para obtenção do efeito desejado.
A alergia aos preservantes é uma das principais causas de dermatite de contato causada por cosméticos. Como o desenvolvimento e a manifestação da dermatite de contato é dose dependente, o excesso de preservantes em uma formulação pode potencialmente levar ao aumento da incidência destes episódios.
Poucos estudos foram realizados para efetivar a eficiência antimicrobiana dos preservantes atualmente no mercado, mas os resultados indicam que uma eficiente atividade antimicrobiana poderia ser obtida com doses bem abaixo do máximo consentido ou sugerido para cada um dos preservantes citados.*

De fato, na nossa experiência, reduzimos as doses de preservantes a níveis muito abaixo dos convencionais e obtivemos excelente eficácia e segurança, com uma margem de shelf life de 2 anos garantida para produtos muito sensíveis.
Outros problemas relacionados aos conservantes são sua atividade como interferentes hormonais, sua toxicidade e carcinogenicidade. Tais características são variáveis de acordo com a substância escolhida, mas nenhum preservante é completamente isento de efeitos indesejados.

Para saber mais:
*Lundov MD, Moesby L, Zachariae C, Johansen JD.
Contamination versus preservation of cosmetics: a review on legislation, usage, infections, and contact allergy.
Contact Dermatitis. 2009 Feb;60(2):70-8.
Department of Dermatology, National Allergy Research Centre, Gentofte University Hospital, Gentofte, Denmark.

Moraes R,
Boas práticas de produção e biocidas protegem o consumidor
http://www.quimica.com.br/revista/qd475/cosmeticos/cosmeticos01.html

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