quarta-feira, 11 de março de 2009

Até tu PET?

De Frankfurt, do Departamento de Ecotoxicologia Aquática da Johan Wolfgang Goethe University, nos chega um artigo preocupante.
Os pesquisadores senior, Dr.s Martin Wagner e Prof. Dr. Jörg Oehlmann publicaram (ainda somente on-line) na Environmental Science and Pollution Research deste mês um trabalho realizado no departamento cujo objetivo era avaliar o potencial geral de contaminação por xenoestrogenos nas águas minerais engarrafadas.
Os autores consideraram que a dieta é uma rota importante de exposição a agentes interferentes hormonais e que até então as pesquisas eram direcionadas a um agente específico, como por exemplo os ftalatos presentes nos alimentos e nos fluidos corporais (urina e sangue). Assim se perdiam os efeitos combinados dos xerormônios.
Eles então analisaram águas minerais comerciais em um modelo in vitro para receptores humanos alfa e encontraram contaminação em 60% de todas as amostras com uma atividade máxima de 75.2 ng/l de 17 betaestradiol, hormônio sexual natural.
Além disto, os pesquisadores usaram como modelo in vivo o molusco Potamopyrgus antipodaram, expondo a criação a água de garrafas de vidro e de garrafas PET (polietileno tereftalato) e observaram um aumento na reprodução dos moluscos nas garrafas PET. Esta seria a primeira evidência que a perda de substâncias do plástico das embalagens pode agir como estrógenos in vivo neste modelo sentinela.
Os autores alertam ainda que uma grande quantidade de alimentos poderiam estar contaminados após serem embalados em plásticos.

O artigo no mínimo nos faz refletir sobre a necessidade de estudos aprofundados dos materiais de embalagem atualmente em uso comercial.

Para saber mais:

Wagner M, Oehlmann J.
Endocrine disruptors in bottled mineral water: total estrogenic burden and migration from plastic bottles.
Environ Sci Pollut Res Int. 2009 Mar 10
http://www.bio.uni-frankfurt.de/ee/ecotox/staff/index_joerg.html

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