terça-feira, 10 de março de 2009

Era uma vez no pais das Maravilhas ou histórias para boi dormir...


Vou lhes contar uma história (ou será que é uma estória?) da multiplicação do Linalol a partir do Pau Rosa (Aniba roseodora Ducke).
Era uma vez, no pais das Maravilhas, em uma floresta cerrada, uma planta chamada Pau Rosa. Dela se extraía um precioso óleo, usado em perfumes para reis e rainhas, de Bollywood a Hollywood, de França, Europa e Bahia. Coisa importante, para gente que conta.
Então naquela floresta, a maior e a mais importante do reino, o tal Pau Rosa começou a ser cortado e cortado, até que percebeu-se que ele estava se esgotando. Quase não havia mais Pau Rosa no intorno da cidade e do porto, e então começou-se a cortar mais longe, mais longe, até que quase não havia mais Pau Rosa em lugar nenhum.
O rei do pais das Maravilhas, em um ímpeto de bom senso, resolveu proibir o uso do Pau Rosa, impedindo seu uso e seu corte. E assim baixou-se uma lei e no país das Maravilhas não seria mais permitido cortar Pau Rosa de jeito nenhum desde o ano 91.
Mas os reis dos outros reinos, alguns nobres ali também, não queriam abrir mão da essência preferida. O substituto sintético feito pelos alquimistas da corte não era a mesma coisa e só contentaram a plebe. Bom mesmo era o original, o verdadeiro componente do óleo genuíno, uma coisa chamada Linalol natural.
E foi aí que aconteceu o milagre da multiplicação. Por uma curiosa via paralela, no Ministério de Proteção dos Bosques e Florestas Reais existia uma espécie de autorização para o uso das áreas protegidas, onde havia uma espécie de compromisso entre quem usava o terreno, comprometendo-se a manter uma parte dele intacto.
E assim, de forma autorizada, começou-se a cortar de novo o Pau Rosa, aqueles poucos que existiam.
A multiplicação acontecia pois alguns daqueles que moravam por ali cortavam também Pau Rosa em áreas não autorizadas e faziam passar por produto da área autorizada.
E assim as quantidades de óleo de Pau Rosa continuaram suprindo o mercado. Apesar da proibição do rei. Apesar do bom-senso.
E assim é que acabou-se com o Pau Rosa.
Uma linda árvore da família das Lauráceas.

Mas outros bravos magos descobriram que existem outras fontes renováveis de Linalol, o manjericão por exemplo. Fácil de plantar, fácil de colher, ciclo de 90 a 100 dias, contra os anos de uma árvore de Pau Rosa suficientemente grande para poder ser considerada produtiva. Ou mesmo através da extração do óleo obtido das folhas da árvore ao invés da madeira.
Linalol natural de alta qualidade e pureza.
Mas como Cassandra, estes nem sequer foram ouvidos...mas esta é uma outra história.
Fim.

Para saber mais acesse:
http://www.inova.unicamp.br/inventabrasil/paurosa.htm

2 comentários:

L. Felipe Benites disse...

bela história(ou estória?)
as laurindas, digo, Lauráceas tem cada filho e filha nessa familia né?

abração

Sandra Goraieb disse...

L. Felipe, ah, tem mesmo,... filhos, filhas, sobrinhos, famílias inteiras... Abração para você também!