Faz dias que queria falar sobre a importância de estar do lado certo... da fronteira.
É isso mesmo. Para cada incidente de guerra de um lado, são 125 do outro.
Coisa para se pensar.
Li agora a pouco no blog do Osame Kinuchi, o SEMCIÊNCIA, que está aí na barra de links, algumas coisas que recomendo. Leiam: " 72 olhos por um olho e 15 dentes por um dente", e leiam também: "Sem olhos em Gaza" (http://comciencias.blogspot.com/).
Não vou discutir méritos das facções. Não acredito que hajam méritos para serem discutidos onde crianças morrem como moscas por conta de discursos e "direitos" ideológicos e políticos absurdos.
Não há mérito em genocídio, em violência, em terrorismo.
Não há mérito na censura. Não há mérito na guerra, não há mérito em holocaustos.
Não há justificativas para bombardear escolas.
Talvez seja coisa de médico ser tendencioso para o lado mais fraco. Talvez seja coisa de mãe. Mas me incomoda esta disparidade de números entre os dois lados do conflito. Me incomoda a resposta dada pelo político, crua, cínica, quando questionado sobre a morte das crianças. É esta insensibilidade a que cria e alimenta ódios. Ódios que devem convir a alguém.
O direito de viver de uma criança, que é universal e inquestionável, deveria ser maior que o direito de existir de um estado político. Porque os estados são feitos de pessoas, para pessoas e não podem prescindir delas.
Sempre me perguntei por que a vida de uns vale mais que a vida de outros. Infelizmente ainda demonstra a importância de você ter nascido do lado certo da fronteira, com a religião certa, com o sobrenome certo.
É uma vergonha para todos os seres humanos.
3 comentários:
Oi Sandra, eu não sou anti-Israel, acho que sou mais anti-fundamentalista, mas devemos lembrar que essa ação militar foi devida a pressões dos partidos de extrema direita religiosa israelenses, ou seja, os fundamentalistas estão em ambos os lados da fronteira.
Sobre o livro, me mande um email para osame@ffclrp.usp.br que eu te mando os dados para deposito bancário (eu sou um vendedor na Estante Virtual). E não adianta ir lá..risos... o meu preço é sempre dez centavos mais barato que o mais barato da lista...
Está perfeitamente clara a sua posição. Espero que a minha também.
Na verdade meu desconforto é por conta de quem paga um preço alto por algo que não pode nem escolher.
Se um adulto é consciente e faz escolhas, é problema dele. Mas as crianças estão pagando com a vida uma escolha que não foi a delas.
Também não tenho dúvidas que a questão é manipulada por forças de poder e para quem as necessidades da população tenham pouca ou nenhuma importância. E é dos dois lados. Sem méritos ou justificativas para ninguém.
Só pena de quem tem que sofrer em nome de absurdos.
Meu marido trabalhou anos na Cruz Vermelha Italiana. Viu abusos de todos os tipos em guerras sem geografia fixa. A barbárie nunca tem passaporte, nem cidadania.
É barbárie e basta.
Não justifico terroristas. Lamento por vidas perdidas, por infâncias negadas.
O direito à existência vale para todos.
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