terça-feira, 17 de junho de 2008

Bateu?...Levou!

Vou deixar aqui registrado o desrespeito de certas empresas de transportes urbanos no trato com as suas vítimas de acidentes de trânsito.
No dia 29 de maio fomos investidos por um ônibus. Chovia, fim de tarde, área de embricamento de viadutos. O trânsito parou, nós paramos. O ônibus, que vinha atrás de nós, parou menos e entrou com tudo na nossa traseira.
Resultado, um dano ao veículo bastante significativo e o início de um calvário para ter seus direitos reconhecidos.
Primeiro o constrangimento psicológico de saber que o motorista seria despedido, o que nos foi frizado várias vezes.
Depois a espera... Espera-se pelo sinal de vida do departamento jurídico da empresa de transporte (pois o responsável só responde depois de 1 semana).
Depois as solicitações: três orçamentos.
Até aí, tudo bem, mas quem transporta o veículo? Quem paga por isso? Você, otário.
Mais outra semana abundante para ter um sinal de vida da empresa que manda pedir seu endereço para fazer uma vistoria. Vistoria que já havia sido realizada no dia do acidente "in loco" pelo funcionário supervisor da própria empresa de transporte.
Gostou, idiota? Mais outros dias esperando a "bondade" da empresa em conceder a gentileza da visita. Até criar mais uma coisa para que você faça para eles, enquanto espera em boa fé que eles paguem pelo dano causado.
Até que você se dá conta que é um embrulho e que você entre na justiça (morosa) pedindo pelos seus "direitos" e a empresa leve mais de um ano (na melhor hipótese) para acabar indenizando o seu dano material, ou seja, o veículo. Isso se você não acionou a seguradora e assim você só paga e fica na sua.
Mas e os outros danos? E a sua profissão, sua vida pessoal e profissional que vai pro espaço?
Ah, isto você fica com eles todinhos para você, enquanto eles riem nas suas costas.
Às vezes eu fico pensando que raça de mecanismo é este que deixa uma empresa de transporte circular sem seguro?
Infelizmente tem muita história pior do que esta para contar.
Tem a história da minha amiga que estava dentro do famoso ônibus que vinha do Espírito Santo em 28 de dezembro de 2006 e que recebeu assitência zero da empresa, juntamente com as outras vítimas sobreviventes (morreram sete pessoas).
Tem a história do paciente que ficou mutilado após atropelamento e que ainda aguarda o ressarcimento...
Quando se compactua com o ganho e não com as pessoas, dá nisso.
Você vale o quanto paga na catraca, só isso e olhe lá.

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