Para discutir "body burden", disruptores hormonais, contaminação química ambiental e outras "cositas más"... Para desabafar, falar da vida, de qualidade de vida, de sobrevivência. Para falar de beleza, de limpeza,de saúde, de futuro com quem realmente se importa.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Examinando o tomate quente naturalmente...
Existe ainda muita confusão.
Por definição, uma substância que é formulada ou manufaturada por processo químico ou a alteração química de uma substância extraída de uma fonte natural (animal, vegetal ou mineral) se denomina sintética. Excluem-se desta categoria as substâncias criadas naturalmente por processos biológicos.
Em contra partida uma substância que seja derivada de fonte animal, vegetal ou mineral que não passa por processamento químico, dito de síntese, se denomina não sintética ou natural.
Gostaria de fazer um parêntese sobre produtos ditos naturais. Muitas empresas usam o apelo natural como sinônimo de segurança. Estejam atentos, pois nem sempre o que é natural é seguro.
A natureza é cheia de venenos (podendo ser inclusive orgânicos). Se vocês tiverem oportunidade de conhecer alguém que tenha vivido no campo, pergunte. Ser natural não garante nada. O importante é ser seguro. Na Itália, onde vivi por muitos anos, existe uma planta muito popular, o Oleandro. Facilmente encontrada em jardins, praças e canteiros centrais de estradas e avenidas. Floresce na primavera e no verão com flores em pencas de cores variadas como o rosa, o branco e o creme. São lindíssimas plantas. São venenosíssimas. Os princípios ativos, a oleandrina e a neriantina estão presentes seja nas flores que nas folhas. Natural, linda e fatal. Assim como a digitalis, a verbena, a mamona, a “comigo ninguém pode”, o joá, a giesta, a mandioca brava, entre tantas.
Cuidado com plantas e matérias primas que vocês não conheçam as propriedades. Isso é especialmente válido para fórmulas caseiras.
Substâncias sintéticas, em teoria, não são consentidas em produtos certificados como orgânicos, mas no Brasil ainda não existe uma legislação específica junto ao Ministério da Saúde para regulamentar o uso do termo orgânico no que concerne aos cosméticos. Fique alerta: em muitos produtos aparentemente orgânicos existem distorções. Muitas vezes somente alguns componentes da formulação são orgânicos e a presença de selos de certificação dos ingredientes no rótulo faz supor que o produto como um todo é orgânico. É como dizer: “feito de chuchu orgânico”, mesmo que o percentual de chuchu seja mínimo, porém colocando todos os selos do chuchu no rótulo. Pode ser até verdade que o chuchu da fórmula seja orgânico, mas não necessariamente esta qualidade se estende ao produto.
Outra fonte de erro é que algumas empresas utilizam o nome “orgânico” para um produto onde na verdade somente poucos ingredientes em proporções discretas (ou até nenhum) o são realmente. O consumidor que compra o xampu “Berinjela Orgânica” acha que o dito é orgânico, mesmo sem berinjela nele, talvez porque o fabricante, ou o setor de marketing da empresa achou que a linda cor berinjela do xampu merecesse dar este nome ao produto e a única coisa orgânica da fórmula seja a água. Talvez até pudesse ter tido o nome “Berinjela Explosiva Fluorescente”, “Berinjela Disco” (coisa antiga!), “Berinjela Ácida”, mas como orgânico está na moda, vamos pelo orgânico. Às vezes o termo “orgânico”, “natural”, ou similar está presente até no nome das empresas que não necessariamente tenham alguma coisa a ver com orgânicos de modo geral.
Estejam atentos também para formulações “espertas” que colocam a água entre os ingredientes naturais. Só isso já confere às fórmulas uma boa percentual de “naturalidade”. E acabam sendo vendidas com este apelo “natural”, tão de moda. Inclusive um importante selo certificador considera a água como ingrediente orgânico.
Mesmo assim, quando optar por um produto qualquer desta categoria, procure por aqueles que possuam certificação, principalmente aqueles que garantam que os ingredientes provêm de fontes sustentáveis e que respeitem o equilíbrio do meio ambiente onde são obtidos. Isto vale em especial para ativos da flora amazônica.
Outra coisa: atenção para a frase “100% natural”. Na realidade ela não possui nenhum significado. Tudo o que existe é de certa forma proveniente da Natureza. Portanto, leia bem o rótulo e fique esperto. Recentemente estive em uma loja de produtos de higiene pessoal e cosméticos bastante famosa. A matriz francesa vende a imagem de empresa que utiliza ativos e óleos essenciais naturais, que resgata antigas tradições regionais. O ambiente é bem cuidado, as embalagens um tanto rústicas remetem ao campo e a coisas genuínas e originais. As fragrâncias são agradáveis. Ao analisar um desodorante observei que a fórmula continha alumínio. Fiz um comentário sobre isso e a vendedora me respondeu textualmente: “- Ah, sim, mas este alumínio é mais natural do que os outros”. A frase se comenta sozinha.
(este texto é parte integrante do livro "Mamãe Passou Açúcar em Mim" por S. Goraieb e é protegido por leis de copyright).
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Feliz dia!
Mas também é o fim do Ramadã, que termina coincidentemente hoje.
Não, não sou ebrea. Também não sou mussulmana. Mas tenho amigos em ambos os lados.
Então desejo paz. Paz para o ano-novo de uns e para os outros também.
Salaam, shalom!
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
O Pálido Ponto Azul
Vi no blog da Thais e estou copiando (nada se perde, nada se cria,...), quem sabe outras pessoas vão ver. O vídeo é bonito e vale a pena ser visto. É até legendado, para quem não quer esbanjar conhecimentos poliglotas.
Mas não foi só por isto que eu coloquei o vídeo aqui. Ele fala do modo como se vê a Terra do espaço e da absoluta desimportância de nossas vaidades pessoais, apesar de todas as nossas crenças em contrário. O curioso é o que se vê no Macro, se pode constatar também no micro. Quanto menor a partícula que olhamos percebemos a nossa futilidade existêncial e ao mesmo tempo é a certeza daquilo que mais procuramos, a nossa "imortalidade". Só que ela não está no indivíduo, no eu. Está no todo, do qual sempre fizemos parte, desde o início. Não como seres individuais, como pessoas, mas como singularidade, como uno.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Lipocina, um hormônio/ Cosméticos orgânicos
Os autores identificaram uma lipocina, um hormônio lipídico que liga o tecido adiposo ao metabolismo sistêmico. Através de análise quantitativa lipidômica e do estudo de camundongos deficiêntes nos tecidos adiposos dos carreadores lipídicos aP2 e mal1, eles exploraram como as alterações metabólicas no tecido adiposo poderiam estar correlacionadas com o metabolismo global através de sinalização lipídica.
Um aumento importante da "de novo lipogenese" fez com que a aumentasse resistência aos efeitos deletérios dos lipídios da dieta nestes animais. Eles também identificaram C16:1n7-palmitoleato como um hormônio derivado do tecido lipídico e que aumenta consideravelmente a ação da insulina nos músculos e suprime a hepatoesteatose.
A conclusão dos autores é que lipocinas como a C16:1n7-palmitoleato são capazes de agir em orgãos distantes e são reguladores da homeostase e do metabolismo sistêmico.
Assim sendo, gordinhos do mundo, saibamos que tem gente que trabalha por nós. Afinal, a obesidade, já se sabe, é correlata a outras doenças metabólicas sistêmicas como a síndrome da resistência insulínica.
Mas até lá, toca "magna' insalatta e balla' Tarantella"...
Para ler mais:
Cao H, Gerhold K, Mayers JR, Wiest MM, Watkins SM, Hotamisligil GS.Identification of a lipokine, a lipid hormone linking adipose tissue to systemic metabolism. Cell. 2008 Sep 19;134(6):933-44.
Ontem me escreveu a jornalista Juliana Ribeiro sobre cosméticos orgânicos.
Talvez mereça até um tópico a parte, mas já vou dizer que são pouquíssimos os verdadeiros cosméticos orgânicos. Isto se a pessoa for suficientemente exigente para considerar orgânico algo com os mesmos critérios da agricultura orgânica.
Saibam todos, no entanto que não existe legislação específica que regulamente este tópico junto ao MS. Basta que na formulação conste um único ativo orgânico em níveis de picograma que pode ser rotulado como tal. Digo ROTULADO, não certificado. Mesmo os certificados são contraditórios em certos aspectos, apesar de mais exigentes.
Se você quer um verdadeiro cosmético orgânico, faça em casa. Compre frutas como banana orgânica e faça uma máscara para rosto, abacate orgânico para cabelos, se forem muito secos, faça uma emulsão (maionese) de ovos orgânicos e óleo de oliva orgânico. Isso é orgânico de verdade. O resto tem muito de marketing e realmente pouco do que interessa na fórmula.
São excessões: óleos, manteigas e eventualmente colônias (se consideramos os óleos essenciais sem levar em conta seus solventes) que podem ser orgânicos de verdade.
Quem se contenta com menos vai achar uma quantidade crescente de produtos com este termo.
Ah, ser orgânico não é ser hipoalergênico, ou seja, pode induzir a sensiblização como qualquer outro produto convencional.
Portanto, olho aberto!
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O cheiro da felicidade
As teorias clássicas sobre por que motivo um cheiro nos é agradável, diziam que era parte de um comportamento inato, que somos predispostos para certos cheiros. Porém nos últimos anos têm-se sobressaído uma nova perspectiva que afirma que os cheiros preferenciais são aprendidos. Ou seja, aprendemos a gostar de um cheiro e de desgostar de outros e os vínculos afetivos ligados às experiências que fazemos ao longo de nossas vidas são muito importantes na construção de nossas preferências.
O aprendizado associativo emocional também explica as diferenças entre as preferências individuais por um odor ou outro. Existem preferências baseadas em conceitos culturais, como o "cheiro de casa" que pode variar de uma cultura para outra, além de outras variáveis como a idade, o sexo, e as próprias preferências genéticas (veja o post sobre ferormônios).
As preferências não são estáticas e podem mudar ao longo da vida, em especial em relação àqueles odores que não estão claramente definidos como os que alguém ama ou detesta, estes já mais difíceis de sofrerem mudanças ao longo da vida.
Como se vê, a composição de uma preferência olfativa é múltipla, complexa e dinâmica.
Uma vez fui a um curso de perfumaria e me lembro de uma história que um perfumista francês, professor no curso, contou na ocasião. Ele trabalhava, ainda no início de sua carreira para uma grande empresa multinacional de fragrâncias, e foi contatado por seu (então) chefe que lhe passou a solicitação de um emir beduíno. Ele desejava a fragrância exclusiva de cabras molhadas pela chuva. Ele não entendeu nada. Na cabeça do jovem perfumista ficou remoendo a pergunta de por que cargas d'agua um indivíduo poderia querer um perfume que cheirasse cabras molhadas? Então, numa entrevista posterior, o tal emir lhe disse que na infância, quando eles ainda migravam no deserto, o momento de grande felicidade era quando chovia e as cabras do rebanho se molhavam com a chuva. Era motivo de festa para toda a comunidade, inclusive para ele. Na verdade ele queria o cheiro da felicidade de sua infância.
O Cheiro da Felicidade da Infância... acho que todo mundo tem um. É bastante compreensível que alguém deseje recuperar este cheiro. Qual é o seu cheiro de felicidade?
Pense nos perfumes que você gosta. Entenda porque eles representam isto para você. É uma boa análise e exercício de auto-conhecimento.
PS: eu adoro a família Hesperidata, todos os cítricos... a foto é da Wikipedia.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Ainda sobre o LHC e mais outras coisas
Para falar francamente, não é possível lamentar o dinheiro gasto no projeto.
Se esbanja com futilidades várias uma quantidade de dinheiro infinitamente maior por aí. Gastar com conhecimento não é um gasto, é um investimento. Acredito que um experimento como aquele merece toda a atenção e respeito da comunidade científica, mas não só dela. Merece respeito do cidadão comum. Merece explicação nas escolas. Merece que as pessoas o entendam.
Geralmente as ciências de base acabam se tornando quase fortalezas inespugnáveis para as pessoas comuns. Achei bastante interessante que salvo dentro ambientes muito especializados NINGUÉM falasse nisso por aqui. Digo a imprensa, os meios de comunicação. Nenhuma palavrinha para o cidadão comum. O indivíduo não consegue ver a utilidade real daquilo. É um grave erro.
Pus meu post aqui, até com uma postura irônica na época e confesso que na minha ignorância sobre o assunto fiquei com a pulguinha atrás da orelha por um milissegundo e fui procurar ler mais. Coisa banal e simples que as pessoas não exercitam por preguiça mesmo.
Trouxe aqui os links mais sérios possíveis.
Então hoje vou por o link para o "Ciência em Dia" (o post é o do dia 15/09/08):http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/)
Lá também tem muita coisa interessante para se ler sobre vários outros assuntos. Dêem uma folheada, vale a pena.
Ah, e o problema que aconteceu na semana passada, na junção que alimenta os magnetos causando uma perda de gás Helio (necessário para manter a temperatura a -271°C), vai adiar por cerca três meses o experimento com os posítrons que estava previsto para estes dias... Isto porque para reparar o dano a temperatura terá que ser aumentada devagar antes dos trabalhos começarem e isto leva cerca 1 mês. Uma vez feito o conserto, o mesmo deve-se retornar à temperatura inicial, e mais outro mês se vai neste processo. Pena.
E na Alemanha, mais precisamente em Heidelberg, o Prof de Otorrino, Dr. Boris Stuck desenvolve interessante trabalho associando bons odores à qualidade do sono. Seu trabalho recente foi apresentado no Congresso da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, em Chicago, e afirma que bons aromas tais como lavanda e pétalas de rosa, traziam sensações agradáveis durante o sono aos voluntários do estudo e que odores desagradáveis como ovo podre provocavam pesadelos. Tudo cientificamente controlado. O estudo pode abrir novas possibilidades terapêuticas durante o sono através da estimulação olfativa.
Curioso é que as nossas avós já sabiam disso e faziam travesseiros de macela e lavanda. Tudo em prol de um soninho bom... :)
Na barra lateral coloco mais um blog que achei muito simpático. Se chama "Idéias antigas". Gostei, acho que é porque sou antiga também, hehehe
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Asma, PVC e ftalatos
Os autores, Drs Jaakkola e Knight levantaram artigos relevantes sobre o tema no período que compreende desde 1950 até 2007. Foram 27 estudos em humanos e 14 estudos laboratoriais.
Os autores concluem que altos níveis de ftalatos de produtos de PVC podem modular a resposta murina a um coalérgeno, que os vapores de PVC possívelmente contribuem para a asma em adultos. Estudos epidemiológicos em crianças mostraram associação entrea exposição aos ftalatos em casa e o risco aumentado de asma e alergias.
Para saber mais, o artigo é gratuito e está disponível em:
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?tool=pubmed&pubmedid=18629304
Jaakkola JJ, Knight TL.The role of exposure to phthalates from polyvinyl chloride products in the development of asthma and allergies: a systematic review and meta-analysis.Environ Health Perspect. 2008 Jul;116(7):845-53
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Sem brincadeira, era hora!
Em agosto passado foi encaminhado ao Presidente Bush uma nova lei que bane a presença destes agentes em brinquedos infantis.
Menos mal, era hora.
A Europa já fez isso anos atrás.
Os EUA eram uma muralha contra esta tomada de posição, o lobby industrial era fortíssimo. Mas a ação dos cidadãos pressionaram o Congresso a tomar uma providência.
Seria bom se a lição se aprendesse também por aqui. Pois o Estado é feito de cidadãos e é para servir ao cidadão que ele existe. Não o contrário.
Para saber mais:
Consumer Product Safety Improvement Act (pdf): http://www.cpsc.gov/cpsia.pdf
Not toying around: Congress OKs bill to ban chemicals in some products http://www.usatoday.com/news/washington/2008-08-01-toy-chemicals_N.htm
Cidadãos sem direitos e um desabafo de mãe
Ela foi registrada no consulado brasileiro em Roma e aqui e toda a sua documentação brasileira está OK. Inclusive passaporte brasileiro.
E por incrível que isso possa soar, é como cidadã brasileira (nacionalidade conferida pelo fato de eu ser brasileira e ter feito todo o percurso no Consulado Brasileiro de Roma e depois no cartório no Brasil) que irá visitar a nonna na Italia, pois o Consulado Italiano de São Paulo não a reconhece como cidadã italiana. Eles alegam que falta a certidão de nascimento dela, que está em Roma. Ora, todos os documentos foram fornecidos, todas as certidões foram fornecidas, inclusive o número do que corresponde ao CPF italiano dela, número que não existiria se ela nunca tivesse posto os pés naquele país. Segundo a lei Bassanini, um cidadão pode autocertificar dados que sejam anagráficos. O pai dela fez isso. Não vale.
Moral: no Consulado Italiano em São Paulo as leis italianas não valem. Não valem também as brasileiras, pois os documentos brasileiros são inúteis.
Resumo: cidadãos italianos ao redor do mundo, munam-se de todos os documentos e certidões antes de deixar a Italia. Pode ser que sem eles seus direitos de cidadão não tenham nenhum valor.
Fiquei tão indignada que escrevi ao Presidente da República Giorgio Napolitano.
Não é justo ser estrangeiro em seu próprio país.
PS: Agradeço, no entanto, a gentileza do vice-cônsul em Campinas, Dr. Alvaro Cotomacci.
O que vai ser: café-com leite, capuccino ou leite com melamina?
Ultrapassou fronteiras, pois o leite foi inclusive exportado para outros países.
Mas será que não bastou a questão dos alimentos para animais contaminados com melamina no ano passado? Não se aprendeu nada?
Qual é o valor da vida para quem sabe que está colocando uma substância danosa em um alimento que vai ser consumido por crianças?
Qual é o valor da vida em comparação às questões econômicas envolvidas?
A História ensina que não é uma coisa nova. A economia sempre foi prevalente em relação à segurança.
Mas será que vale tudo desde que se lucre, desde que se ganhe dinheiro?
Eu me recuso a acreditar que valha menos de uma moeda.
A Melamina e o ácido cianúrico (que são as substâncias adicionadas ao leite neste caso) formam um composto nefrotóxico, causando cristalúria, necrose tubular, fibrose e inflamação no parênquima renal. Como visto, pode levar à consequências letais.
Para quem não sabe o que é melamina, é aquela resina que se fazem copos e pratos e outros utensílios e que muitos temos em casa.
E se gastam bilhões para salvar bancos, companhias e instituições financeiras...
Gostaria de poder dizer aqui que se gastaram bilhões para salvar seres humanos de verminoses, de fome crônica, de sede, de ignorância.
Seria uma notícia. Talvez a melhor do dia.
PS: Hoje faleceu Lourenço Diaféria. Era um jornalista, um cronista da Folha Ilustrada. Nos anos da minha juventude era o que eu lia primeiro quando chegava o jornal. Sua inteligência, verve e sensibilidade vão fazer falta.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Ainda sobre o Lauril Sulfato de Sódio
Lauril Sulfato de Sódio é IRRITANTE, muito, bastante, mesmo em baixas concentrações.
A permeabilidade cutânea é aumentada após a exposição a este agente.
As modificações no pH cutâneo persistem por horas.
Este agente é comedogênico (traduzindo, dá espinhas).
Só.
Não dá câncer.
Achei importante ressaltar mais uma vez estes pontos e deixá-lo bem claros.
A ANVISA admite que o agente é seguro até 50% de concentração.
Eu prefiro produtos sem este agente, é uma escolha pessoal. Do mesmo modo que prefiro produtos sem corantes, sem parabenos e outras coisas perfeitamente aceitáveis do ponto de vista da legislação sanitária.
Questão de respeito com a fisiologia da minha pele.
Mas como diz o ditado: "De gustibus non disputandum est"...
sábado, 13 de setembro de 2008
Happy birthday, Inger!
Na vida a gente encontra algumas pessoas que mudam o nosso destino.
Eu posso dizer que tive algumas dessas na minha vida. Entre estas pessoas especiais tive alguns professores, esta classe de gente que tem o dom de ensinar a pensar.
Muitas vezes a vida passa tão depressa e não temos nem o tempo, nem a oportunidade de dizer obrigada a eles.
Hoje, vou aproveitar este espaço para agradecer. Muitos deles não estão mais aqui, para ver ou ler, não importa. Eles estão vivos para mim, com seus ensinamentos, com sua coragem, com sua ética e dedicação.
Obrigada, pai, sem você não teria sido médica,e ao Dr. João Vieira (sem o senhor não teria me tornado anestesiologista), Dr. Massami Katayama (que me ensinou a importância da metodologia), Dr. John Lane (que me abriu as portas para o mundo), Dr. Peter Safar (que me recebeu e me ensinou que é possível fazer ciência de verdade), Dr. Ian Smith (que me fez sentir em casa), Dr. Ake e Inger Grenvik (que me inspiraram toda uma vida), Dr. Gustavo Amarante ( que é meu amigo, além de professor), Dr. José Luis Gomes do Amaral (que me deu uma oportunidade), e tanta outra gente neste caminho.
Depois veio a Eng. Sonia Corazza, que me ensinou outras coisas, outras ciências.
Amanhã é aniversário da Inger. É uma oportunidade para agradecer e desejar tanta coisa boa.
Happy birthday, Inger! Grattis på födelsedagen! Har den äran! You are special for me!
Notícias do mundo: Pílola e ferormônio.
O pesquisador, especialista em genes do MHC (major histocompatibility complex) associado a escolha do parceiro em vertebrados, afirma que o uso da pilola anticoncepcional modifica a percepção olfativa da mulher fazendo com que a sinalização do MHC seja "enganada".
Homens e mulheres escolhem seus parceiros através do olfato, pelo odor corporal que vem indiretamente determinado pela interação dos genes do complexo de histocompatibilidade (MHC, que produzem proteínas do nosso sistema imune) com as bactérias que vivem em nossa pele. Este mecanismo garante a diversidade genética, uma vez que somos naturalmente atraídos por quem possui um DNA diferente do nosso, o que garante uma prole mais sadia, menor risco de aborto, um sistema imunitário mais resistente.
Acontece que, no experimento conduzido pelo grupo, observou-se que as mulheres que tomam pilula anticoncepcional se sentem atraídas por homens com odores geneticamente similares a elas mesmas, o que pode causar infertilidade no casal, e até mesmo perda do interesse no parceiro quando a pílula vem suspensa, uma vez que o cheiro é um fator primordial na escolha do parceiro (ferormonio).
Resumo: os hormônios sintéticos presentes no anticoncepcional podem modificar não apenas os ferormônios femininos na mulher, mas também a percepção dos ferormônios masculinos, deslocando o interesse dos parceiros. Se os dados forem confirmados poderiam justificar a perda do interesse sexual em cerca 1/5 das mulheres que tomam pílula.
Para saber mais:
http://www.liv.ac.uk/evolpsyc/roberts.html
http://journals.royalsociety.org/content/102024/
NA: Nos parece óbvio, no entanto, que um casal possui outros bons motivos para estar juntos além da atração sexual. Esta notícia, no entanto é bastante curiosa e muitas vezes subavaliamos a influência dos hormônios em nosso comportamento, porém, lhes garanto que são muito potentes e que muitas das percepções da realidade que temos dependem de nosso equilibrio hormonal.
Bom final de semana!
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Uma luz no fim do túnel?
O projeto se chama ACute Tox e está inserido no contexto do Sixth Framework Programs for Research and Technology.
Estes testes in vitro combinados ainda não são capazes de uma total correspondência com testes in vivo (só 70% de correspondência), porém são prometentes e esperamos que efetivamente um dia, eles possam substituir com eficácia e segurança os atuais testes in vivo.
Para saber mais:
http://www.acutetox.org/
OFF TOPIC:
Hoje é o aniversário de uma querida amiga. Nos últimos anos ela dividiu comigo muitos sucessos e fracassos e confesso, muito do que sei de ingredientes cosméticos se deve a ela.
Pequenina, loirinha e muito inteligente, é a fadinha que transforma as coisas em perfume, e o sonho em realidade.
Agradeço de coração por você existir. Te dou muitos parabéns (mas nenhum metil, butil, isobutil, etil... só daqueles que a gente abraça forte e deseja o melhor)!
Um beijo no seu coração, onde quer que você esteja hoje. Saiba que você é muito querida.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Generation R, um estudo em Rotterdam
1. crescimento e desenvolvimento
2. desenvolvimento cognitivo e comportamental
3. doenças na infância
4. Saúde e sistema sanitário
O objetivo é otimizar o atendimento às gestantes e às crianças, com um olhar mais atento às reais necessidades destes grupos.
Dentro deste estudo, um grupo bastante significativo de instituições americanas(Epidemiology Branch, National Institute of Environmental Health Sciences-NIEHS, National Institutes of Health-NIH, Department of Health and Human Services-DHHS) em colaboração, acaba de publicar artigo interessante sobre a exposição total a interferentes endócrinos ambientais (bisfenol, ftalatos e organoclorados) medidos a partir de seus metabólitos urinários nesta população.
Os autores analisaram 6 dialquilfosfatos, um metabólito específico (3,5,6-tricloro-2-piridinol, TCPy), o bisfenol e mais 14 metabólitos de ftalatos na urina de 100 gestantes participantes do projeto Generation R.
De modo geral, após comparação com outros grupos verificou-se que os resultados de metabólitos do BPA era similar entre os grupos, mas a exposição aos metabólitos dos pesticidas e dos ftalatos eram relativamente mais altos no grupo das gestantes.
Os autores, a partir dos resultados sugerem que existe um ampla distribuição da exposição aos contaminantes selecionados e que as razões para isto e os possíveis efeitos sobre a saúde necessitam maior atenção e investigação.
Este estudo é interessante pois compara uma população de risco (gestantes) com grupos variados e se observa a presença em níveis superiores aos desejáveis de contaminantes potencialmente danosos para a sinalização androgênica nos fetos masculinos, para o correto funcionamento tireoideo e desenvolvimento cognitivo(como já visto em outros artigos neste blog). Curioso o achado de concentrações mais elevadas que na população geral.
Para saber mais:
Ye X, Pierik FH, Hauser R, Duty S, Angerer J, Park MM, Burdorf A, Hofman A, Jaddoe VW, Mackenbach JP, Steegers EA, Tiemeier H, Longnecker MP.
Urinary metabolite concentrations of organophosphorous pesticides, bisphenol A, and phthalates among pregnant women in Rotterdam, the Netherlands: The Generation R study.
Environ Res. 2008 Sep 4.(disponível na versão on-line da publicação).
http://www.generationr.nl/index.php?option=com_frontpage
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
É hoje!
Tomara que traga muita informação, muita iluminação e respostas.
Pelo menos é isto que esperam todos os cientistas (e são um batalhão deles) de 50 países que participam do consórcio.
A Física tem muito a ver com a Filosofia. Especialmente se os conceitos são traduzidos em linguagem inteligível a seres menos matemáticos. Na verdade, ajuda a refletir sobre o Universo, sobre o que somos, de onde viemos e para onde vamos.
A Física, como a Química, permeia nossas vidas, está em tudo que fazemos, em tudo que conhecemos e no que não conhecemos também. Lindo, né?
Para saber mais:
http://lhc-first-beam.web.cern.ch/lhc-first-beam/
http://webcast.cern.ch/
Dica da titia:
Para quem entende italiano, a RAI international tem transmitido uma série muito interessante, todas as manhãs, das 8:20 às 9:00h sobre a história da Física, desde Galileu até o séc XX. Série bonita, bem cuidada, vale a pena.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
TEA for two,...2 for DEA!
É um ingrediente comum a muitas formulações porque dá uma espuma rica e uma consistência satisfatória às mesmas. É um agente surfactante e emulsificante em xampus, loções e cremes.
A DEA é uma substância incluída seja entre os carcinógenos francos como entre os carcinógenos por reação. Neste caso, ela reage com outros componentes na formula dos produtos e resulta na N-nitrosodietanolamina, ou NDELA.
O que ocorre é uma reação denominada nitrosação. O mesmo processo ocorre para a trietanolamida (TEA) e os condensados de ácidos graxos correlatos à DEA.
Foi ainda observado que a DEA também reage com os preservantes ou contaminantes do tipo nitrito nas fórmulas ou com os óxidos de nitrogênio presentes no ar.
A NDELA é rapidamente absorvido pela pele e está relacionado a neoplasias do estômago, esôfago, fígado e bexiga em animais.
O IARC classifica a NDELA como categoria 2B, ou seja um possível carcinógeno em humanos.
Desde 1987 o governo alemão fez uma recomendação formal à indústria para que fosse evitado o uso de DEA e TEA. O FDA embora admitindo que ainda não é suficientemente claro se estas substâncias devam ser banidas, sugere que as pessoas as evitem.
Já o NTP (National Toxicologic Program) afirma que existe suficiente evidência para considerar o NDELA um cancerígeno em humanos. Das 44 espécies animais que foram submetidas a testes, todas apresentaram susceptibilidade. Segue uma lista de substâncias que contém DEA ou substâncias correlatas:
Cocamide DEA, ou Cocamide Diethanolamine
Cocamide MEA
DEA Lauryl Sulfate or Diethanolamine Lauryl Sulfate
DEA-Cetyl Phosphate
DEA Oleth-3 Phosphate
Lauramide DEA ou Lauramide Diethanolamine
Linoleamide MEA ou Linoleamide Diethanolamine
Myristamide DEA
Oleamide DEA ou Oleamide Diethanolamine
Stearamide MEA
TEA-Lauryl Sulfate
qualquer produto contendo TEA ou Triethanolamine
Pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill publicaram um artigo onde observou-se alterações no desenvolvimento neural de ratos expostos ao DEA por interferência no metabolismo da Colina, inibindo seu transporte. Os autores também supõe que o mesmo poderia acontecer para o cérebro humano fetal exposto a esta substância e sugerem que produtos contendo estas substâncias sejam evitadas na fase de desenvolvimento.
No caso de contato com produtos contendo DEA ou TEA, enxágüe com bastante água.
O uso de água fria para ensaboar diminui a quantidade de NDELA absorvida pela pele.
(este texto é protegido por copyright e é parte do livro "Mamãe passou açúcar em mim", S. Goraieb, 2006)
Para saber mais:
Niculescu MD, Wu R, Guo Z, da Costa KA, Zeisel SH
Diethanolamine alters proliferation and choline metabolism in mouse neural precursor cells.
Toxicol Sci. 2007 Apr;96(2):321-6.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
As gorduras trans, a pesquisa e a entrevista...
Interessante porque diz respeito ao prazo para eliminação das famosas gorduras trans dos alimentos industralizados no Brasil e esclarecedora por demonstrar o quanto o consumidor vale do ponto de vista da indústria apesar de todas a maravilhosas campanhas de marketing com famílias felizes.
Curiosas são certas respostas, coisas do tipo:
"O que é bom para eles pode não ser bom para nós. Brasil é uma coisa, Canadá é outra."
e
"Se for fixado um prazo para acabar com gordura trans, vamos ter de criar porco de novo e voltar à velha banha. Somos como as montadoras de automóveis. De repente proíbem as montadoras de usar ferro nos carros, porque faz mal, dá câncer... Vão usar o quê? Cola, chiclete? Esse é o grande drama. Ainda não temos nada com um resultado final parecido com o da gordura trans."
e
"A ciência pega um monte de rato e enche de margarina, o bicho morre entupido e conclui-se que a gordura trans faz mal. Pode até fazer mal, eu não sei."
e ainda:
"Agora, falar em termos gerais da gordura trans como se fosse o grande veneno... Nós, então, estamos comendo veneno desde os nossos antepassados mais remotos. E isso fez mal para alguém?"...
Posso entender perfeitamente o desespero da indústria em dever-se adequar a evidências de que os métodos atualmente usados não são os ideais.
Posso também entender que isto represente custos e ninguém quer por a mão no bolso.
Mas me parece um pouco ridículo que uma pessoa que ocupa um cargo tão proeminente em uma indústria que representa um terço do PIB nacional (sic), saiba tão pouco sobre saúde pública e tenha pelo consumidor um respeito tão pequeno.
Sim, eu não sou canadense (talvez seja o caso de pensar infelizmente), mas eu mereço o mesmo respeito.
Lá foi possível eliminar totalmente do mercado as gorduras trans em um prazo de três anos.
Se 30% dos biscoitos do mercado já foi capaz de solucionar o problema da gordura trans, quer dizer que o problema tem solução.
Ou se não tiver, é melhor tirar o produto do mercado.
Não é uma questão do gosto do produto, é uma questão de qualidade do produto.
Gostaria de saber se o entrevistado compraria um carro que sabidamente lhe causasse câncer, ou se preferiria ir de bicicleta, de balão, à pé ou com qualquer outro meio alternativo.
Tenho pena do cardiologista que o terá em cura...e do oncologista também.
PS: Vou continuar lendo os rótulos e EVITANDO TODOS OS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS QUE CONTENHAM GORDURAS TRANS (de origem VEGETAL). É possível, é saudável, é inteligente.
Prefiram sempre óleos obtidos por espremedura a frio, pois o calor transforma gorduras cis em gorduras trans.
Para saber mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442469.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442488.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u442474.shtml
Para óleos vegetais de ótima qualidade: (não, não sou patrocinada por eles)
http://www.vitalatman.com.br/lojav2/
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Florianópolis e a história da água com alumínio
O caso é o seguinte: um condomínio de Floripa mandou analisar a água em um laboratório particular e encontrou 5 vezes mais do que o limite de alumínio determinado pela ANVISA no mês de Julho e nesta semana a água ainda se apresentava com valores de 0,5%, quando o limite é de 0,2%.
O caso foi parar na promotoria pública para averiguação pois a água foi coletada antes do condomínio o que faz supor que estava sendo distribuída a pelo menos uma parte da população da grande Florianópolis.
A empresa de distribuição e tratamento nega que os valores sejam os encontrados pelo laboratório contratado pelo condomínio e o único laboratório público capaz de realizar os exames está em reformas. As análises neste período foram realizadas dentro da própria empresa porém, segundo o artigo, com maior frequência.
Esperamos que os fatos sejam esclarecidos e que as responsabilidades sejam apuradas.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Large Hadron Collider, física e riscos calculados.
Dia desses vi na TV européia uma matéria onde se apresentava o LHC (large Hadron Collider) e a próxima experiência da criação de um "mini-universo" no dia 10 de setembro (p.v.), como o evento científico mais esperado do século, capaz de revolucionar a física como a conhecemos e todos os conceitos até agora cimentados como "verdadeiros".
Sou uma entusiasta do progresso da ciência. Acho que é a única saída para as arapucas da sobrevivência e quanto maior o conhecimento, maior a possibilidade de acerto nas escolhas que obrigatoriamente fazemos ao longo de nossa tragetória como indivíduos. Porém o que me causou um certo desconforto foi o que veio em seguida, a parte menos "gracinha" da coisa: os riscos.
Eu deveria estar relativamente tranquila, visto que de certa forma é o que tratamos aqui na maioria do tempo, mas confesso que não me senti completamente confortável. Não sou física, menos ainda nuclear, assim meu limitado conhecimento me trouxe certa angústia. Mas qual seriam estes riscos derivados da maior experiência científica jamais realizada pelo ser humano?
"Nientepopòdimeno" que a possibilidade de um buraco negro estável com a possibilidade de englobar o sistema solar inteiro. Ou em outra hipótese ainda a criação de partículas de matéria estranhas (stranglets) que por uma reação em cadeia "contaminariam" a matéria conhecida.
Os especialistas, alguns proeminentes ganhadores de premios Nobel, dizem que a coisa é possível mas não provável. Garantem que os possíveis buracos negros oriundos da reação vão se evaporar através da radiação Hawking (se é que ela existe mesmo). A questão está justamente aí: não sabemos com certeza que ela exista, é uma suposição. Tudo bem calculadinho em modelos teóricos.
(do site do CERN)
"There are many theories as to what will result from these collisions, but what's for sure is that a brave new world of physics will emerge from the new accelerator, as knowledge in particle physics goes on to describe the workings of the Universe. For decades, the Standard Model of particle physics has served physicists well as a means of understanding the fundamental laws of Nature, but it does not tell the whole story. Only experimental data using the higher energies reached by the LHC can push knowledge forward, challenging those who seek confirmation of established knowledge, and those who dare to dream beyond the paradigm."
Segundo o CERN, os benefícios para o conhecimento podem ser imensos. E se vê isto nos cientistas envolvidos que parecem crianças à espera da festa.
No entanto, outros cientistas tentaram inclusive impedir judicialmente o experimento, por acreditarem que o risco existe e implicaria a aniquilação do planeta.
Mas a coisa está toda de pé e será no dia 10 deste mês, transmitido on line, em tempo real, para todo o planeta no site do CERN (European Organization for Nuclear Research).
Moral: aproveite estes 8 dias, viva bem, como se fossem os últimos (coisa que deveríamos fazer sempre, independente de aceleradores nucleares ou não). A Vida é efêmera e podem até ser mesmo, hehehe...
Quem viver, verá.
Para saber mais:
http://public.web.cern.ch/Public/en/LHC/LHC-en.html
http://public.web.cern.ch/Public/en/LHC/Safety-en.html
http://public.web.cern.ch/Public/Welcome.html
http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4035747.stm
Off Topic:
E para dar uma aliviada, fez grande sucesso no Festival de Cinema de Veneza a apresentação do filme de Marco Bechis sobre os índios do Mato Grosso do Sul chamado A Terra dos Homens Vermelhos ("La Terra degli Uomini Rossi"), e trata do conflito entre os índios guaranis e os proprietários de terras no MS... aplaudido de pé.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
What a Wonderful World!
A gente pode criar um mundo maravilhoso. Vamos precisar de nossas mãos, de nossa sensibilidade, de uma pitadinha de sonho (para correr atrás)e de tanta vontade...
Tal mãe, tal filho.
A Doutora e seus colaboradores estudaram as correlações entre a presença de ftalatos na mãe e a presença destas mesmas substâncias em seus filhos. Foram estudados nove metabólitos de ftalatos na urina de 210 pares de mães e seus bebês. Foram também feitos os devidos ajustes para idade das crianças, grupo etnico e taxa de clearance de creatinina e história demográfica dos pares. O objetivo era verificar se existia correlação entre as concentrações maternas de ftalatos e aquelas apresentadas pelos bebês.
Os autores encontraram relação estatísticamente significativa para seis metabólitos: monobenzil ftalato, monoetil ftalato, monoisobutil ftalato, mono (2 etilhexil) ftalato, mono(2-etil-5-hidroxi-hexil) ftalato, e mono(2-etil-5-oxo-hexil)ftalato (p<0.05), sendo estes três últimos derivados do dietilhexil ftalato.
Os autores sugerem que, dados os resultados, é bastante plausível que a exposição ambiental materna e infantil condividida por mãe e filhos possa contribuir para estes achados, mas que rotas diferentes de exposição infantil não identificadas precisam ser melhor estudadas no intuito de diminuir a exposição das crianças a estas substâncias.
Para saber mais:
Sathyanarayana S, Calafat AM, Liu F, Swan SH.
Maternal and infant urinary phthalate metabolite concentrations: Are they related?
Environ Res. 2008 Aug 18.
http://depts.washington.edu/mrhr/sathyana.html