Até hoje evitei de falar sobre o caso da menina Isabella. Eu tenho uma filha, quase da mesma idade e como tantos me senti horrorizada com o acontecido.
Mas queria dizer aqui que em nosso país acontecem diariamente tantas outras "Isabellas" que não são nem mesmo cogitadas pela imprensa e isto vale uma séria reflexão sobre o que fazemos dentro de nossas casas, sobre como nos comportamos com nossos filhos. Muitos casos de infanticídio ( uma criança a cada 10 horas morre no Brasil) e certamente a maioria dos casos de violência envolvendo menores ocorre em âmbito familiar.
Quando o indivíduo se esconde dentro do núcleo familiar, relações complexas se estabelecem. Relações de poder que vão pesar especialmente sobre os indivíduos mais frágeis desta relação: crianças, anciãos (que neste país são quase esquecidos) e mulheres. É difícil e trabalhoso romper silêncios e temores, romper estados afetivos patológicos estabelecidos.
Talvez valha que nós, gente comum, pensássemos sobre nossas atitudes e exemplos, sobre os modelos comportamentais que ensinamos a quem nos está próximo, sobre as mensagens que passamos como válidas. Porque o que se aprende é o que se fará depois. Cabe uma reflexão sobre a família, sobre nós mesmos, sobre a sociedade que estamos inseridos.
A violência parte de nós e recai sobre nós.
A impunidade a alimenta.
Somos animais "sociais", animais sempre, sociais quando convém.
É isto o que queremos para nossos filhos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário