domingo, 18 de maio de 2008

Dermocosméticos: fármacos, cosméticos ou redundância?

Abaixo deixo o texto da Dr.a Sonia Corazza sobre dermocosméticos.
Este termo inexiste na ANVISA, a agência regulatória nacional.
Se é um cosmético por definição não pode ser um fármaco e vice-versa.
Normalmente é utilizado pelos marketeiros para definir produtos de grau 2, como os destinados a populações especiais. Estes produtos são submetidos a uma especial bateria de testes antes de ter seus registros emitidos pela agência. Algumas empresas executam alguns outros testes complementares aos obrigatórios, mas não é a praxe.
Segue o texto:

Saiba o que é dermocosmetologia
por Sonia Corazza

Mas o que significa este termo, cada vez mais presente no linguajar dos técnicos e profissionais de marketing das empresas ligadas a beleza?
Sob esta bandeira proliferam no mercado produtos com o intuito de cuidar da saúde da pele. É preciso separar muito bem o que é um mero modismo, do que me parece uma redundância.
Segundo o professor emérito do Departamento de Dermatologia da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo, dr. Sebastião Sampaio “A aplicação de drogas na superfície cutânea, além do tratamento de dermatoses, objetiva proteção e conservação da pele normal”. Considero também fundamental relembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária define cosmético como o produto de uso externo, destinado à proteção ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo.
Dessa forma o termo “dermocosmético” se aplica a todo e qualquer produto cosmético que protege a pele e seus anexos.
Tenho observado que as empresas freqüentemente usam o termo dermocosmético para falar de seus produtos de grau de risco II, onde princípios ativos bem definidos e em concentrações efetivas, cumprem determinadas funções, como limpar, proteger, estimular e refrescar, entre tantas outras. Ativos cada vez mais ativos.
A obtenção de princípios ativos potentes, como os Alfa-hidróxi-ácidos, de fato movimentou o mercado cosmético há alguns anos, apontando para um caminho de resultados efetivos, no sentido de melhorar a textura e aparência da pele. A partir de então, as empresas fabricantes de matérias-primas trouxeram, sempre sob o comando da comprovação científica, novíssimas substâncias com o poder de atenuar o aspecto da pele em processo de envelhecimento.
Mas a grande preocupação é realmente a de proteger todas as estruturas dos efeitos deletérios, internos ou externos.
A atenção com a proteção solar se consagrou, trazendo uma nova cultura de formular produtos para cuidado facial. Há uma década, eram poucas as empresas que tinham em seu leque de opções fórmulas com hidratantes faciais contendo filtro solar UVA e UVB. Hoje, a média de mercado mostra que uma proteção ao redor de FPS-15 é a predominante. A biotecnologia conseguiu sintetizar ou separar frações específicas de ativos, que podem promover efeitos que melhoram a luminosidade e tonalidade da pele, preenchem sulcos e melhoram o relevo cutâneo, estimulam o processo de regeneração celular, protegem as terminações nervosas, entre tantos outros benefícios.Universo de possibilidades,...
Empresas líderes mundiais da área cosmética têm investido milhares de dólares, muito tempo e inteligência em busca de soluções para melhor compreender a biologia cutânea, os efeitos deletérios da oxidação e as formas de supressão dos mecanismos de defesa. Com tal base de dados, inovações cosméticas surgem a cada dia, tornando nossa aparência mais preservada e nossa pele mais sadia.
Se isso é dermocosmetologia, então estamos conversados, que assim seja!

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