A Universidade de Yale acaba de elaborar a lista do índice de performance ambiental avaliando mais de 160 países em 25 categorias diferentes no âmbito do cuidado e políticas ambientais eficazes.
O Brasil resulta em 62º lugar, apesar de todas as nossas reservas e discursos verdes e etc...
Adivinhem quem vem imediatamente antes de nós? Os EUA, um dos maiores poluidores do mundo.
Em primeirissimo lugar está a Islândia, seguida por Suiça, COSTA RICA (!) e Suécia.
Para quem for curioso e quiser ver mais:http://epi.yale.edu/
Para discutir "body burden", disruptores hormonais, contaminação química ambiental e outras "cositas más"... Para desabafar, falar da vida, de qualidade de vida, de sobrevivência. Para falar de beleza, de limpeza,de saúde, de futuro com quem realmente se importa.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
O "Convênio" e a Medicina
Pinco Palino estuda 6 anos para se tornar Médico, depois faz outros 4, 5 ou 6 de especialização e residência.
Na faculdade, enquanto estudante e durante toda a sua formação, lhe disseram que a anamnese e um bom exame físico eram elementos essenciais para o diagnóstico e consequentemente para a correta terapêutica e que o foco de seu trabalho é o paciente. É para o melhor interesse do paciente que ele deve trabalhar e usar sua argúcia, perspicácia e entendimento e seu arsenal acadêmico.
E ele até jurou que seria assim. Um juramento antigo *, coisa de deuses e deusas desconhecidas, mas cuja parte do doente entendeu perfeitamente e lhe soou justa e familiar. Fazia parte do ritual.
Por um período de tempo, até Pinco Palino acreditou que de fato o objetivo de sua arte seria o seu doente. Até que lhe foi apresentado "o convênio"**.
O "convênio", mostro oriundo de um sistema de saúde incapaz de suprir as necessidades do cidadão, apareceu de início com uma carinha de bom moço, de solução, onde o Estado se fazia omisso ou insatisfatório, e parecia até interessante no início. Mas devagar, talvez nem tanto, o monstro cresceu, fermentou.
E Pinco Palino que antes decidia qual seria a melhor opção para o seu doente, agora não decide mais. Decide o "convênio".
O "convênio" diz quando e como o doente será tratado, em que regime, com qual critério (mesmo absurdo).
Existe em curso uma batalha sobre o ato médico, onde o diagnóstico e a terapêutica seriam prerrogativas médicas.
Mas o "convênio" não é um médico. Na verdade é uma figura empresarial administrativa, cuja finalidade última não é o bem estar (leia-se saúde) do conveniado (leia-se doente), objetivo da Medicina, mas sim a estabilidade econômica do sistema "convênio", as contas.
No tal juramento onde Pinco Palino solenemente tornou-se um médico, não existe a frase "protegerei a saúde do convênio". Pinco Palino não responde mais ao texto original. Agora é um empregado dos interesses administrativos do "convênio", não um profissional a serviço dos interesses do doente.
Pinco Palino é um profissional infeliz. Mal pago, impedido de realizar na amplitude sua função profissional, quase arrisco dizer que tem "metas" a cumprir. O doente de Pinco Palino, também é infeliz, pois com a mudança do foco de interesse de quem deveria tê-lo como a razão de seu trabalho, sente-se abandonado, mal curado, desumanizado. E o sistema, uma vez burocratizado, emperra quando as indicações médicas não são compatíveis com os interesses empresariais e administrativos do "convênio", perdendo tempo, dinheiro e paciência dos atores envolvidos.
Tenho assistido com amargura ao longo dos anos uma mudança do que chamamos "serviços médicos". Encontro tantos bons técnicos leitores de exames, mas realmente poucos espertos em semiologia. Talvez seja uma coisa antiga, esta semiologia, talvez tanto quanto o tal juramento.
Que Deus abençoe de fato todos os médicos que se mantém fieis ao seu juramento e à sua arte. São estes os que fazem a diferença.
NA:
*"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."
** convênio, plano, cooperativa e toda a sinonímia que se aplique neste caso e que a carapuça sirva.
Na faculdade, enquanto estudante e durante toda a sua formação, lhe disseram que a anamnese e um bom exame físico eram elementos essenciais para o diagnóstico e consequentemente para a correta terapêutica e que o foco de seu trabalho é o paciente. É para o melhor interesse do paciente que ele deve trabalhar e usar sua argúcia, perspicácia e entendimento e seu arsenal acadêmico.
E ele até jurou que seria assim. Um juramento antigo *, coisa de deuses e deusas desconhecidas, mas cuja parte do doente entendeu perfeitamente e lhe soou justa e familiar. Fazia parte do ritual.
Por um período de tempo, até Pinco Palino acreditou que de fato o objetivo de sua arte seria o seu doente. Até que lhe foi apresentado "o convênio"**.
O "convênio", mostro oriundo de um sistema de saúde incapaz de suprir as necessidades do cidadão, apareceu de início com uma carinha de bom moço, de solução, onde o Estado se fazia omisso ou insatisfatório, e parecia até interessante no início. Mas devagar, talvez nem tanto, o monstro cresceu, fermentou.
E Pinco Palino que antes decidia qual seria a melhor opção para o seu doente, agora não decide mais. Decide o "convênio".
O "convênio" diz quando e como o doente será tratado, em que regime, com qual critério (mesmo absurdo).
Existe em curso uma batalha sobre o ato médico, onde o diagnóstico e a terapêutica seriam prerrogativas médicas.
Mas o "convênio" não é um médico. Na verdade é uma figura empresarial administrativa, cuja finalidade última não é o bem estar (leia-se saúde) do conveniado (leia-se doente), objetivo da Medicina, mas sim a estabilidade econômica do sistema "convênio", as contas.
No tal juramento onde Pinco Palino solenemente tornou-se um médico, não existe a frase "protegerei a saúde do convênio". Pinco Palino não responde mais ao texto original. Agora é um empregado dos interesses administrativos do "convênio", não um profissional a serviço dos interesses do doente.
Pinco Palino é um profissional infeliz. Mal pago, impedido de realizar na amplitude sua função profissional, quase arrisco dizer que tem "metas" a cumprir. O doente de Pinco Palino, também é infeliz, pois com a mudança do foco de interesse de quem deveria tê-lo como a razão de seu trabalho, sente-se abandonado, mal curado, desumanizado. E o sistema, uma vez burocratizado, emperra quando as indicações médicas não são compatíveis com os interesses empresariais e administrativos do "convênio", perdendo tempo, dinheiro e paciência dos atores envolvidos.
Tenho assistido com amargura ao longo dos anos uma mudança do que chamamos "serviços médicos". Encontro tantos bons técnicos leitores de exames, mas realmente poucos espertos em semiologia. Talvez seja uma coisa antiga, esta semiologia, talvez tanto quanto o tal juramento.
Que Deus abençoe de fato todos os médicos que se mantém fieis ao seu juramento e à sua arte. São estes os que fazem a diferença.
NA:
*"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."
** convênio, plano, cooperativa e toda a sinonímia que se aplique neste caso e que a carapuça sirva.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Obrigada
Meu obrigada aos colegas, Dr.s Nelson Brandalise e Eduardo Pereira dos Santos.
Se todos fossem iguais a vocês...
Se todos fossem iguais a vocês...
Moda sustentável
Apesar de ultimamente ter reduzido o ritmo, tenho visto muito nas mídias a questão da "moda sustentável". Talvez por conta das semanas de moda das capitais. Mas, refletindo com um espírito crítico, também vejo que não há um consenso sobre o que isto realmente signifique. Então pensei em dissecar um pouquinho o termo e assim obter elementos objetivos para avaliar o que isto seja realmente.
Para começar, moda é uma palavra referenciada à estatística, uma medida de dispersão, ou seja, a moda é o valor em uma amostra que detém o maior número de incidências, o valor mais frequente, ou seja, se em um grupo qualquer de 100 indivíduos, a maioria deles veste cueca verde de bolinhas roxas na cabeça, isto é moda. Então, de conseguinte, moda é o que você observa com maior frequência na população e não exatamente o que nos dizem os estilistas do momento.
Vamos então imaginar que cada estilista quando propõe cuecas verdes como boinas, a coisa ainda não é moda. Na verdade é somente uma aspiração a que aquilo que ele propõe se torne uma coisa usada por todos, consequentemente moda. Mas se você der uma circulada em pontos da cidade de grande afluência e observar as pessoas registrando o modo como elas se vestem, as coisas mais comuns serão moda.
Moda, portanto, não significa bom gosto.
Pensando assim, a moda verdadeira é aquela básica, de todos os dias, aquela que você, eu e todas as pessoas usamos. O que diferencia a moda é a população observada. Digamos que se você for um médico no centro cirúrgico, a moda é o lindíssimo pijamão com o avental cirúrgico como complemento, devidamente assessoriado por gorros, máscaras e luvas, mas que o outfit descrito, se aplicado a população no metrô da estação Tietê simplesmente seria igual ao ET em desfile.
Assim a função, o horário, o ambiente e o contexto, influenciam o que seria moda. Logo, você é quem faz a sua moda, de acordo com o seu perfil. Basta escolher a que população ou tribo, você pertence.
Sustentável é outro termo aparentemente singelo mas que esconde uma infinidade de armadilhas. Assim, termo muito adequado para exploração no marketing: algo complexo que ninguém saber exatamente o que é e que pode ser usado de tantas formas até prova em contrário.
Sustentável, instintivamente é algo que se mantém em pé, que se mantém ao longo do tempo.
Uma casa pode ser sustentável porque está em pé e não vai cair, pelo menos até que a montanha desabe sobre ela, o rio a invada ou um terremoto devastante ou outra catástrofe a coloquem no chão. Mas isto tem algo a ver com o discurso? Não. A mesma casa pode ter um consumo energético imenso. Então, sustentabilidade é uma palavra sem significado.
Se você considerar que sustentável é algo que não interfere com o ambiente, então este é um absurdo ainda maior, pois TUDO o que fazemos exige um custo energético e ambiental. É importante ter isto claro em mente.
Assim o perfeito não existe e sabendo disso vamos ao ponto que realmente vale:
a relação custo x benefício.
A moda sustentável, assim como qualquer outra opção de consumo deve ser pautada por uma séria avaliação do custo x benefício.
Sustentável é algo que vai diminuir o seu custo para que esta coisa exista.
Entenda-se custo, não como o preço final que você paga por um bem ou produto, mas o quanto este produto usou de recursos físicos, químicos e biológicos para existir e também para desaparecer.
Colocando a coisa em termos práticos:
Fibras naturais x fibras sintéticas: ambas podem ser uma escolha adequada, de acordo com o uso que você faz do produto. Importante é ter em mente que nem sempre um produto "natural" é o menos agressivo ou o que representa uma opção cujo custo ambiental seja menor.
Preço baixo x caro: nem sempre o preço espelha a qualidade do produto. Procure por qualidade. É melhor comprar uma camiseta básica, ainda que mais cara, mas que durará 10 anos do que uma mais barata que durará 10 meses.
Fashion x clássico: neste caso o clássico dá um banho, pois representa uma escolha duradoura, que com pequenas variações poderá se apresentar diferentemente. Isto vale para todas as instâncias, ambientes e estilos. Optar por peças de bom corte, de bom tecido, de qualidade.
Muito x pouco lixo: é evidente que um produto que deixe menos resíduos após sua vida útil é melhor que outro que não possua estas características. Cabe lembrar também que quanto menos etapas contaminantes no período de fabricação deste ítem, melhor o ítem.
Lembre-se de perguntar-se se o ítem que você compra é mesmo necessário. Muitas vezes você vai descobrir que não é. Questione se o produto vai trazer algum real benefício para a sua vida, se vai melhorar a sua existência e a sua experiência de viver, se traz benefícios reais para a sua saúde, para todos os que lhe rodeiam.
Nada nem ninguém é perfeito ou absoluto, mas se exercitássemos um pouquinho mais nossa crítica diante de cada experiência de compra, sem dúvida reduziríamos significativamente os excessos.
Eu imagino que deslizes consumistas não são apanágio só de alguns na sociedade construída sobre um mecanismo onde a economia e a ecologia parecem não coexistir na mesma casa, onde embora da mesma família, parecem irmãos discutindo pela cor da bola que papai trouxe. Urge criar uma estrutura econômica que favoreça esta cultura da conservação, onde novas funções e novos serviços possam ser criados de fato levando em conta os valores e os custos globais de cada coisa. Precisamos reeducar nossos impulsos "comprísticos", pois sejamos honestos, eles ocorrem.
Ah, moda sustentável não é desfilar equilibrando-se em saltos em passarelas de painéis solares. Moda sustentável é ser equilibrado, escolher produtos duráveis e de qualidade, na justa quantidade para suprir suas necessidades.
Lembrem-se, quem faz a moda são vocês.
Para começar, moda é uma palavra referenciada à estatística, uma medida de dispersão, ou seja, a moda é o valor em uma amostra que detém o maior número de incidências, o valor mais frequente, ou seja, se em um grupo qualquer de 100 indivíduos, a maioria deles veste cueca verde de bolinhas roxas na cabeça, isto é moda. Então, de conseguinte, moda é o que você observa com maior frequência na população e não exatamente o que nos dizem os estilistas do momento.
Vamos então imaginar que cada estilista quando propõe cuecas verdes como boinas, a coisa ainda não é moda. Na verdade é somente uma aspiração a que aquilo que ele propõe se torne uma coisa usada por todos, consequentemente moda. Mas se você der uma circulada em pontos da cidade de grande afluência e observar as pessoas registrando o modo como elas se vestem, as coisas mais comuns serão moda.
Moda, portanto, não significa bom gosto.
Pensando assim, a moda verdadeira é aquela básica, de todos os dias, aquela que você, eu e todas as pessoas usamos. O que diferencia a moda é a população observada. Digamos que se você for um médico no centro cirúrgico, a moda é o lindíssimo pijamão com o avental cirúrgico como complemento, devidamente assessoriado por gorros, máscaras e luvas, mas que o outfit descrito, se aplicado a população no metrô da estação Tietê simplesmente seria igual ao ET em desfile.
Assim a função, o horário, o ambiente e o contexto, influenciam o que seria moda. Logo, você é quem faz a sua moda, de acordo com o seu perfil. Basta escolher a que população ou tribo, você pertence.
Sustentável é outro termo aparentemente singelo mas que esconde uma infinidade de armadilhas. Assim, termo muito adequado para exploração no marketing: algo complexo que ninguém saber exatamente o que é e que pode ser usado de tantas formas até prova em contrário.
Sustentável, instintivamente é algo que se mantém em pé, que se mantém ao longo do tempo.
Uma casa pode ser sustentável porque está em pé e não vai cair, pelo menos até que a montanha desabe sobre ela, o rio a invada ou um terremoto devastante ou outra catástrofe a coloquem no chão. Mas isto tem algo a ver com o discurso? Não. A mesma casa pode ter um consumo energético imenso. Então, sustentabilidade é uma palavra sem significado.
Se você considerar que sustentável é algo que não interfere com o ambiente, então este é um absurdo ainda maior, pois TUDO o que fazemos exige um custo energético e ambiental. É importante ter isto claro em mente.
Assim o perfeito não existe e sabendo disso vamos ao ponto que realmente vale:
a relação custo x benefício.
A moda sustentável, assim como qualquer outra opção de consumo deve ser pautada por uma séria avaliação do custo x benefício.
Sustentável é algo que vai diminuir o seu custo para que esta coisa exista.
Entenda-se custo, não como o preço final que você paga por um bem ou produto, mas o quanto este produto usou de recursos físicos, químicos e biológicos para existir e também para desaparecer.
Colocando a coisa em termos práticos:
Fibras naturais x fibras sintéticas: ambas podem ser uma escolha adequada, de acordo com o uso que você faz do produto. Importante é ter em mente que nem sempre um produto "natural" é o menos agressivo ou o que representa uma opção cujo custo ambiental seja menor.
Preço baixo x caro: nem sempre o preço espelha a qualidade do produto. Procure por qualidade. É melhor comprar uma camiseta básica, ainda que mais cara, mas que durará 10 anos do que uma mais barata que durará 10 meses.
Fashion x clássico: neste caso o clássico dá um banho, pois representa uma escolha duradoura, que com pequenas variações poderá se apresentar diferentemente. Isto vale para todas as instâncias, ambientes e estilos. Optar por peças de bom corte, de bom tecido, de qualidade.
Muito x pouco lixo: é evidente que um produto que deixe menos resíduos após sua vida útil é melhor que outro que não possua estas características. Cabe lembrar também que quanto menos etapas contaminantes no período de fabricação deste ítem, melhor o ítem.
Lembre-se de perguntar-se se o ítem que você compra é mesmo necessário. Muitas vezes você vai descobrir que não é. Questione se o produto vai trazer algum real benefício para a sua vida, se vai melhorar a sua existência e a sua experiência de viver, se traz benefícios reais para a sua saúde, para todos os que lhe rodeiam.
Nada nem ninguém é perfeito ou absoluto, mas se exercitássemos um pouquinho mais nossa crítica diante de cada experiência de compra, sem dúvida reduziríamos significativamente os excessos.
Eu imagino que deslizes consumistas não são apanágio só de alguns na sociedade construída sobre um mecanismo onde a economia e a ecologia parecem não coexistir na mesma casa, onde embora da mesma família, parecem irmãos discutindo pela cor da bola que papai trouxe. Urge criar uma estrutura econômica que favoreça esta cultura da conservação, onde novas funções e novos serviços possam ser criados de fato levando em conta os valores e os custos globais de cada coisa. Precisamos reeducar nossos impulsos "comprísticos", pois sejamos honestos, eles ocorrem.
Ah, moda sustentável não é desfilar equilibrando-se em saltos em passarelas de painéis solares. Moda sustentável é ser equilibrado, escolher produtos duráveis e de qualidade, na justa quantidade para suprir suas necessidades.
Lembrem-se, quem faz a moda são vocês.
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
E o El Dorado é aqui e outras notícias estranhas (mas nem tanto).
Depois de vermos tantas cicatrizes nas montanhas e nas famílias dos esfolados, depois de vermos casas e pessoas submersas, submergindo com elas vidas e História, e aproveitando para lamentar com todos estas perdas e dores, resolvi, para aliviar, trazer a vocês uma notícia no mínimo curiosa.
O famoso e tão procurado El Dorado, cidade mítica pela qual tantos exploradores arriscaram a pele, existe de verdade e está aqui, no Brasil, segundo uma notícia que chega de Londres.
Por conta do desboscamento do Amazonas, próximo da divisa com a Bolívia, identificou-se um sito arqueológico onde aparecem muitas construções pré-colombianas, observadas através de imagens satelitares e fotografias.
O sito possui cerca de 200 estruturas poligonais e circulares, dispostos em uma rede que se extende por cerca 250 quilometros. E parece ser somente uma pequena parte do todo.
Não há dúvida que é um achado bem curioso, mas ao mesmo tempo é um sinal que a floresta está encolhendo a olhos vistos, mesmo que sejam satelitares.
Outras notícias curiosas para o vosso (nosso) deleite foram:
*Sempre na California, a experiência de teletransporte de nanoesferas de silício em um feixe laser, estilo Star Treck (sonho de consumo de toda uma geração que sonhava em dissolver-se e transportar-se instantaneamente para um outro lugar - e que, sendo da tal geração, considero de fato fantástico). Aguardaremos os resultados para ver se funciona.
*Por as crianças para dormir mais cedo evita depressão. Só falta convencer as criaturinhas.
* Web suicide Machine, um dispositivo que permitiria que você cancelasse seus registros em todos os sites de relacionamento. Ao invés de passar horas fazendo isto manualmente, você daria um só click e fim de web2.0. De qualquer forma, uma vez suicidado, você está mortinho para a web ad eternum. Mas após uma avalanche de cancelamentos, o Facebook bloqueou o programa.
*O Sol engoliu um cometa, e este foi o primeiro evento celeste de 2010. (Você sabia? Radio relógio informa)
*Ah, a propósito de relógios, foram descobertos novos milipulsares, uma espécie de viuva negra espacial e também os "relógios" mais precisos do Universo. Herança de Enrico Fermi. À propósito, alguém sabe que fim levou Ettore Majorana? Um mistério ainda sem resposta...(quem não sabe quem foi, vale descobrir)
* O Twitter bloqueia algumas passwords, impedindo seu uso por serem muito banais e fáceis de serem descobertas por pessoas com más intensões, logo esqueça de usar "ferrari", "123456" ou coisa similar e seja, no mínimo, mais criativo.
* A memória permanece ativa (ao menos temporariamente) em proveta e foi descrita na edição on line da revista Nature Neuroscience. O estudo é da Case Western Reserve University de Cleveland (Ohio) e foi conduzido em ratos. (Larimer P, Strowbridge BW. Representing information in cell assemblies: persistent activity mediated by semilunar granule cells.)
*Comeu demais nas festas? Mesmo sentindo-se saciado? Culpa da grelina, um hormônio produzido pelo cérebro. Quer saber mais? Leia a Biological Psychiatry ( Perello M et alli. Ghrelin Increases the Rewarding Value of High-Fat Diet in an Orexin-Dependent Manner. Biol Psychiatry. 2009 Dec 23).
Bem, já tem pão aí para os dentinhos de bastante gente. Como primeira blogada do ano, me resta desejar a todos um bom ano de 2010, apesar das notícias que a gente recebe. Nos resta por um sorriso na cara e nos prepararmos para mais um ano de trabalho.
O famoso e tão procurado El Dorado, cidade mítica pela qual tantos exploradores arriscaram a pele, existe de verdade e está aqui, no Brasil, segundo uma notícia que chega de Londres.
Por conta do desboscamento do Amazonas, próximo da divisa com a Bolívia, identificou-se um sito arqueológico onde aparecem muitas construções pré-colombianas, observadas através de imagens satelitares e fotografias.
O sito possui cerca de 200 estruturas poligonais e circulares, dispostos em uma rede que se extende por cerca 250 quilometros. E parece ser somente uma pequena parte do todo.
Não há dúvida que é um achado bem curioso, mas ao mesmo tempo é um sinal que a floresta está encolhendo a olhos vistos, mesmo que sejam satelitares.
Outras notícias curiosas para o vosso (nosso) deleite foram:
*Sempre na California, a experiência de teletransporte de nanoesferas de silício em um feixe laser, estilo Star Treck (sonho de consumo de toda uma geração que sonhava em dissolver-se e transportar-se instantaneamente para um outro lugar - e que, sendo da tal geração, considero de fato fantástico). Aguardaremos os resultados para ver se funciona.
*Por as crianças para dormir mais cedo evita depressão. Só falta convencer as criaturinhas.
* Web suicide Machine, um dispositivo que permitiria que você cancelasse seus registros em todos os sites de relacionamento. Ao invés de passar horas fazendo isto manualmente, você daria um só click e fim de web2.0. De qualquer forma, uma vez suicidado, você está mortinho para a web ad eternum. Mas após uma avalanche de cancelamentos, o Facebook bloqueou o programa.
*O Sol engoliu um cometa, e este foi o primeiro evento celeste de 2010. (Você sabia? Radio relógio informa)
*Ah, a propósito de relógios, foram descobertos novos milipulsares, uma espécie de viuva negra espacial e também os "relógios" mais precisos do Universo. Herança de Enrico Fermi. À propósito, alguém sabe que fim levou Ettore Majorana? Um mistério ainda sem resposta...(quem não sabe quem foi, vale descobrir)
* O Twitter bloqueia algumas passwords, impedindo seu uso por serem muito banais e fáceis de serem descobertas por pessoas com más intensões, logo esqueça de usar "ferrari", "123456" ou coisa similar e seja, no mínimo, mais criativo.
* A memória permanece ativa (ao menos temporariamente) em proveta e foi descrita na edição on line da revista Nature Neuroscience. O estudo é da Case Western Reserve University de Cleveland (Ohio) e foi conduzido em ratos. (Larimer P, Strowbridge BW. Representing information in cell assemblies: persistent activity mediated by semilunar granule cells.)
*Comeu demais nas festas? Mesmo sentindo-se saciado? Culpa da grelina, um hormônio produzido pelo cérebro. Quer saber mais? Leia a Biological Psychiatry ( Perello M et alli. Ghrelin Increases the Rewarding Value of High-Fat Diet in an Orexin-Dependent Manner. Biol Psychiatry. 2009 Dec 23).
Bem, já tem pão aí para os dentinhos de bastante gente. Como primeira blogada do ano, me resta desejar a todos um bom ano de 2010, apesar das notícias que a gente recebe. Nos resta por um sorriso na cara e nos prepararmos para mais um ano de trabalho.
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