quinta-feira, 10 de julho de 2008

“João Roberto não é um número. É um menino!”

Alessandra é a sua mãe. E este é o seu grito.
Tomara ele assinale o início de uma revolução.
Porque todas as mães deste pais já tiveram medo por seus filhos, mas ela o viveu.
João, como tantos Joãos neste pais de tantas latitudes e tantas indiferenças.
João como Hélio, outro caído pela violência absurda de uma sociedade que não soube dar um basta quando devia.
E a coisa se espalha silenciosa como uma praga. A guerra civil que existe e é tapada com uma peneira furada de balas e que o cidadão comum enfrenta todos os dias nas metrópoles deste país.
Não, João não é um número, é um menino. É. Porque ele não morreu com aquela bala na cabeça, uma entre as dezessete disparadas contra o seu carro. Vai continuar vivendo dentro do medo de cada cidadão por seus filhos e por si próprio.
Não é possível condenar uma inteira instituição, mas é possível condenar a imperícia, a imprudência e a negligência de cada um dos envolvidos. É possível condenar o homicídio disso resultante. É possível criar uma Polícia profissional. É só necessário investimento e vontade política de resolução, e não gente que se utiliza da fragilidade do cidadão para obter mais vantagens pessoais.
Os indivíduos serão expulsos da Polícia, pois qualquer sentença superior a um ano já os exonera automaticamente do cargo que exerciam. Não é bondade do Governador ou do Superintendente. É a lei.
Mesmo porque dentro da Polícia existem muitos pais de outros tantos Joãos, que também precisam ter garantias de cidadão. Como todos nós. Como os nossos filhos, que não são números, são meninos.

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