Parece que se vota hoje a licença maternidade de 6 meses, que ela não será obrigatória, nem para patrões, nem para empregadas, permanecendo a opção dos atuais 4 meses.
Então surge uma pergunta natural: que raça de votação é esta?
Que a licença maternidade de 6 meses é um direito das crianças (escrevi CRIANÇAS, não mamães) é ponto pacífico. A OMS prescreve o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade no mínimo. E aleitar não é somente dar o peito. Aleitar é dar carinho, é dar conforto. É necessário um ambiente tranquilo.
Digamos claramente que interromper o trabalho para aleitar não é exatamente nem o ideal para os patrões, nem para as empregadas. Muito menos ainda o é para os lactentes. E são eles a parte mais débil e que merece uma proteção verdadeira e comprometida.
Na Itália, onde vivi por muitos anos e onde nasceu minha filha, garante licença maternidade de no mínimo 6 meses, com possibilidade de extensão optativa. Garante até tempo dos pais (homens) para acompanhamento dos filhos até 8 anos de idade. Na Escandinávia as leis são ainda mais garantistas.
Vamos ter a coragem de criar um futuro palpável e melhor para nossas crianças, aprovando a disposição, mas em seu amplo contexto. Dando uma vantagem real para cada novo cidadão que vem a este mundo sem balelas.
Isto não "quebra" o Estado. Os que "quebram" o Estado são bem mais crescidinhos e esqueceram que um dia foram amamentados.
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