sábado, 2 de junho de 2007

Goodbye Lenin, ou quando a vida imita a arte.

Imagine que você tenha dormido nos últimos 20 anos e de repente acordasse. As rádios não tocam "With or Without you" nem "The Lady in Red", nem "Nothing gonna stop us now"... "C'est la vie"? Também não. Nos cinemas nem "Robocop", nem "Dirty Dancing". Na TV não tem "Mandala" nem Sarney é o presidente da República. Lula não é mais de "esquerda". Foi um choque?
Digamos que era uma vez um ferroviário polaco, Jan Grzebsky. Um dia, 19 anos e meio atrás, teve um acidente e um traumatismo craniano que o levou ao coma. Disseram à esposa Gertrud que ele provavelmente morreria logo, depois ele se estabilizou em um quadro vegetativo e o tempo foi passando. Graças ao cuidado da esposa, Jan sobrevivia. As coisas na Polônia foram mudando. Acabou o comunismo, a Polônia se modernizou, abriu a economia, entrou na UE. E Jan dormia... Mas um dia, depois de tanto tempo, Jan acordou e encontrou uma realidade que não conhecia: desde telefones celulares a uma abundância de produtos e serviços. Parece filme. Realmente existe um filme assim chamado "Goodbye Lenin". Conta a história de um rapaz de Berlin no período da queda do muro. Sua mãe sofre um infarto, entra em coma e depois de 8 meses se recupera. Só que o mundo do Partido ao qual ela pertenceu orgulhosamente não existe mais. E ele faz de tudo para que ela não sofra descobrindo a nova realidade que iniste em se mostrar. Inútil.
Jan existe de verdade, a Polônia também. A nova Polônia que ele vai ter que redescobrir após quase 20 anos...

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