sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Na serra

Sinta a água que te desperta subindo rapidamente.
Sinta a força da correnteza, ouça o rumor da encosta que rui.
Sinta o desespero de procurar seus filhos no meio da noite e a pressa de fugir.
Sinta o peso da água, a mão que escapa, sinta a perda.
Sinta o medo. Sinta a dor.
Sinta o que é procurar por um lugar seguro onde lugares seguros não existem.
Sinta o desnorteio e a falta de pontos de referimento, aquelas coisas familiares de todos os dias que te dão as certezas necessárias para viver.
Sinta as paredes desmoronando.
Sinta a desolação.
Sinta a frustração, a própria pequenez diante da tragédia.
Sinta muito.

Para todas as vítimas desta tragédia o nosso mais profundo sentimento de solidariedade.
Conheço bem a Serra Fluminense, passei alguns anos da minha vida em Petrópolis e sinto muito pela destruição, não só dos bens destas pessoas, mas da vida delas, suas memórias, suas histórias.
Neste momento há necessidade de doadores de sangue.
Quem estiver no Rio, por favor, vá à Praça Cruz Vermelha e doe.
Por humanidade, por solidariedade, por sentir também.

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