sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A omissão e a vergonha.

Acabo de saber que a conferência sobre o clima de Copenhagen deu em nada. Eu não tinha a menor dúvida que isto iria acontecer.
Os interesses políticos ainda não colimam com a necessidade de se fazer algo de realmente sério sobre o problema.
Mesmo porque nenhum político no planeta iria assumir o ônus de frear o que se chama "desenvolvimento" em prol da preservação de coisa alguma, exceto do poder deles próprios.
É evidente que os modelos econômicos atualmente aplicados no mundo dito desenvolvido estão anos luz do modelo sustentável. Queria ver quem teria a coragem de dizer: vamos frear o consumo, vamos tirar dinheiro do mercado, muita gente vai falir, vai passar fome, até as coisas entrarem num novo patamar de desenvolvimento, em um novo modelo econômico, mais compatível talvez com aquele de nossas avós, quando se comprava uma roupa para durar 10 anos ou até que ela não tivesse mais como ser remendada, ou um sapato após trocar as solas repetidas vezes até que furasse e nada se jogava fora na cozinha.
Queria ver quem iria dar a cara a tapa dizendo que seria melhor ter menos gente no mundo, como fez o príncipe consorte inglês e foi execrado como se estivesse falando uma enorme besteira. Queria saber quem iria dizer que a sua aposentadoria, a previdência estatal, iria acabar, pois não haveriam novas gerações de trabalhadores para manter a pirâmide e ela iria falir.
Queria ver quem teria a coragem de criar um imposto a mais (salgado, dadas as cifras) para que o planeta sobrevivesse, a espécie humana sobrevivesse.
Não, nenhum deles faria isso. Nenhum queimaria o próprio filme em prol do bem geral não apenas da nação, mas da inteira vida no planeta.
Portanto, nada de novo do front. Tudo igual. Economia e planeta aquecidos e todos contentes de empurrar com a barriga.
Como já disse Luis XIV: -"Depois de mim, o dilúvio"... e olhem que nem tinha começado a revolução industrial...
Está na hora de cada cidadão com um mínimo de senso crítico começar a pensar em soluções concretas, pois se depender dos "líderes" do mundo, morreremos "afogados", uma vez que ainda não se percebeu que o mundo não se divide em ricos e pobres, mas é um só e estamos todos juntos nele.

2 comentários:

thais disse...

haha, eu não sabia se ria ou chorava enquanto lia o que estava acontecendo por lá.

realmente, não ia dar em nada e a gente nem deveria esperar...

Sandra Goraieb disse...

Querida amiga, no fim as pessoas que se importam vão ter é que arregaçar as mangas e a sociedade civil vai ter que fazer por si. Quem quiser um futuro para nossas crianças, vai ter que começar já, nas nossas casas, com nossos filhos, educando, criando cidadãos responsáveis, apesar de tudo. Temos que tomar as rédeas de nossos destinos e decidir o que queremos e mesmo que façamos pouco é melhor que nada. A utopia de um mundo unido em um só interesse não existe de fato, ou pelo menos até que a coisa seja de uma tal gravidade que os outros interesses passam em segundo plano. Mas para que isto ocorra tudo já vai estar em um estado de tal degrado que as soluções serão mais caras e mais doloridas. Pena.