Caros, trago um link fantástico para quem tem filhos pequenos e compra brinquedos. Considerando que hoje o mercado é global e muitas marcas e modelos são distribuídos em todo o planeta, o site HEALTHY TOYS traz uma descrição da análise de cada brinquedo (do mercado americano) com seus componentes tóxicos.
Infelizmente não declara se os brinquedos contendo PVC ou clorinas, são contaminados por ftalatos, mas já é um bom referencial e uma boa pista, pois é um ingrediente para ser evitado.
O link é: http://www.healthytoys.org/ e vou colocá-lo na barra ao lado para facilitar.
Não deixem de consultá-lo quando tiverem a oportunidade.
Lembrem-se, brincar ajuda a crescer.
Que pelo menos nossos filhos possam crescer um pouco mais protegidos.
Para discutir "body burden", disruptores hormonais, contaminação química ambiental e outras "cositas más"... Para desabafar, falar da vida, de qualidade de vida, de sobrevivência. Para falar de beleza, de limpeza,de saúde, de futuro com quem realmente se importa.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Brinquedo e segurança 1
Esta foi por conta de uma reportagem do ano passado que li com atraso num consultório.
Na Isto É Dinheiro de Setembro de 2007, sobre um recall de brinquedos de uma grande multinacional, o principal executivo no Brasil da mesma empresa na sua entrevista declara o seguinte:"
(...) No Brasil, os produtos com excesso de chumbo são 7056 unidades o que equivalem a 0,01% das vendas. Imagine fechar uma companhia totalmente porque 0,01% tem risco muito baixo de gerar perigo para o consumidor"...
...falando de um outro recall de outra multi:" o risco pode ser maior do que produtos contendo pequeno excesso de chumbo."
Gente, fiquei indignada! Pequeno excesso de chumbo???
Qualquer excesso de chumbo é perigoso, principalmente se um daqueles 7056 brinquedinhos foram parar na mão dos nossos filhos.
Se vê porque para dirigir uma empresa se estuda Administração e não Toxicologia.
Recomendo que ele se ilustre consultando o MEDLINE. O megatermo é "LEAD toxicity".
Na Isto É Dinheiro de Setembro de 2007, sobre um recall de brinquedos de uma grande multinacional, o principal executivo no Brasil da mesma empresa na sua entrevista declara o seguinte:"
(...) No Brasil, os produtos com excesso de chumbo são 7056 unidades o que equivalem a 0,01% das vendas. Imagine fechar uma companhia totalmente porque 0,01% tem risco muito baixo de gerar perigo para o consumidor"...
...falando de um outro recall de outra multi:" o risco pode ser maior do que produtos contendo pequeno excesso de chumbo."
Gente, fiquei indignada! Pequeno excesso de chumbo???
Qualquer excesso de chumbo é perigoso, principalmente se um daqueles 7056 brinquedinhos foram parar na mão dos nossos filhos.
Se vê porque para dirigir uma empresa se estuda Administração e não Toxicologia.
Recomendo que ele se ilustre consultando o MEDLINE. O megatermo é "LEAD toxicity".
sábado, 22 de março de 2008
Sacos, sacolas e saquinhos
O Alexandre Mansur, do Blog do Planeta, me pediu para postar aqui sobre sacolas reutilizáveis, coisa que aliás acho uma coisa praticíssima, desde que você se programe e se habitue a tê-las sempre à mão.
No Blog eles comentavam, num texto da jornalista Lia Bock, que muitas das sacolas de algodão cru não são de boa qualidade e acabam por não durarem o suficiente para cumprirem sua função.
Bem, para começar o algodão não me parece uma fibra adequada por uma série de motivos. A começar porque é uma fibra pouco ecoamigável. Muitos ao ler isto vão dar um pulo na cadeira, mas pensem que as culturas de algodão sozinhas consomem em 2% de território global um quarto de todos os agrotóxicos do planeta, e só isto já é um bom motivo para se preferir fibras alternativas. Mas quais?
Visto que é só um meio de transportar produtos, a sacola deve possuir algumas características: ser resistente, duradoura, ter capacidade de conter o que vai ser transportado e preferivelmente ser impermeável.
Dito isto podemos pensar em duas soluções: sacolas de fibras naturais, de fonte renovável, e neste caso acredito que a fibra de cânhamo seja infinitamente superior ao algodão, cestas de fibras como bambú, que são muito resistentes, mas não necessariamente são sacolas,
ou ainda usarmos fibras sintéticas recicladas. Para isto a fibra resultante de reciclagem de garrafas PET, ou seja poliester, poderia ser uma ótima escolha, pois o impacto ambiental seria baixo, a durabilidade prolongada e com isto o resultado seria um produto de excelente performance e ambientalmente adequado.
O Alexandre me pergunta se já fiz utilizando PET reciclado. A resposta é: ainda não, mas está na pauta de desenvolvimento. E se alguém quiser aproveitar a sugestão, sinta-se à vontade.
O que usamos nas nossas sacolas atualmente é papel reciclado, pelo menor tempo de degradabilidade ambiental e baixo resíduo no compost.
No Blog eles comentavam, num texto da jornalista Lia Bock, que muitas das sacolas de algodão cru não são de boa qualidade e acabam por não durarem o suficiente para cumprirem sua função.
Bem, para começar o algodão não me parece uma fibra adequada por uma série de motivos. A começar porque é uma fibra pouco ecoamigável. Muitos ao ler isto vão dar um pulo na cadeira, mas pensem que as culturas de algodão sozinhas consomem em 2% de território global um quarto de todos os agrotóxicos do planeta, e só isto já é um bom motivo para se preferir fibras alternativas. Mas quais?
Visto que é só um meio de transportar produtos, a sacola deve possuir algumas características: ser resistente, duradoura, ter capacidade de conter o que vai ser transportado e preferivelmente ser impermeável.
Dito isto podemos pensar em duas soluções: sacolas de fibras naturais, de fonte renovável, e neste caso acredito que a fibra de cânhamo seja infinitamente superior ao algodão, cestas de fibras como bambú, que são muito resistentes, mas não necessariamente são sacolas,
ou ainda usarmos fibras sintéticas recicladas. Para isto a fibra resultante de reciclagem de garrafas PET, ou seja poliester, poderia ser uma ótima escolha, pois o impacto ambiental seria baixo, a durabilidade prolongada e com isto o resultado seria um produto de excelente performance e ambientalmente adequado.
O Alexandre me pergunta se já fiz utilizando PET reciclado. A resposta é: ainda não, mas está na pauta de desenvolvimento. E se alguém quiser aproveitar a sugestão, sinta-se à vontade.
O que usamos nas nossas sacolas atualmente é papel reciclado, pelo menor tempo de degradabilidade ambiental e baixo resíduo no compost.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Páscoa de Luz!
Esta imagem que vocês vêem é a promessa de uma nova vida. A promessa de eternidade, de divino.
Muitos não a reconhecem, vêem somente manchas em preto e branco.
Mas aí está uma vida em toda a sua plenitude, em todas as suas cores e nuances.
Cada criança neste planeta, cada semente que germina, cada sopro de vida traz com ela uma nova esperança.
Mas traz também responsabilidades com esta nova vida.
Que a Páscoa traga uma maior compreensão em cada um de nós, mais equilíbrio, mais compromisso.
E como um parto, seja verdadeira passagem para uma realidade nova e cheia de possibilidades.
Que ela represente para todos um renascer para um futuro de luz.
Boa Páscoa, para todos!
Muitos não a reconhecem, vêem somente manchas em preto e branco.
Mas aí está uma vida em toda a sua plenitude, em todas as suas cores e nuances.
Cada criança neste planeta, cada semente que germina, cada sopro de vida traz com ela uma nova esperança.
Mas traz também responsabilidades com esta nova vida.
Que a Páscoa traga uma maior compreensão em cada um de nós, mais equilíbrio, mais compromisso.
E como um parto, seja verdadeira passagem para uma realidade nova e cheia de possibilidades.
Que ela represente para todos um renascer para um futuro de luz.
Boa Páscoa, para todos!
Imagem: Rafaela, por C&MM. Que você venha para um mundo de luz! Beijos...
sábado, 15 de março de 2008
Na semana passada fomos assaltados.
Foi uma crise, um susto, mas que no fim das contas serviu a me fazer tomar decisões pendentes já de alguns meses. Às vezes as crises podem realmente ser oportunidades. Oportunidades de parar e ouvir o que você tem a dizer a você mesmo, a reavaliar a realidade, a rever posições e perspectivas. Crises fazem crescer. E é o que faremos, vamos ter a coragem de crescer.
terça-feira, 11 de março de 2008
Água contaminada nos EUA
Nos EUA as pessoas ficaram chocadas ao descobrir que bebem água cheia de resíduos de remédios. Isto porque nem tudo o que a gente usa fica na gente. Uma boa parte sai sem nem ter sido metabolizada, outra sai como metabólitos da substância original. Mas sai. E vai parar na água, no solo, no ambiente. Resumindo, a gente acaba bebendo de novo o que não foi removido pelo sistema de filtragem.
Ah, precisa também lembrar que água não pára na fronteira e poluição não precisa de passaporte.
Vale também recordar que a notícia não é tão nova assim. Já em 2002 a coisa rolava solta:
Pharmaceuticals, hormones, and other organic wastewater contaminants in U.S. streams, 1999-2000: a national reconnaissance.
Kolpin DW, Furlong ET, Meyer MT, Thurman EM, Zaugg SD, Barber LB, Buxton HT.
US Geological Survey, Iowa City, Iowa 52244, USA. dwkolpin@usgs.gov
To provide the first nationwide reconnaissance of the occurrence of pharmaceuticals, hormones, and other organic wastewater contaminants (OWCs) in water resources, the U.S. Geological Survey used five newly developed analytical methods to measure concentrations of 95 OWCs in water samples from a network of 139 streams across 30 states during 1999 and 2000. The selection of sampling sites was biased toward streams susceptible to contamination (i.e. downstream of intense urbanization and livestock production). OWCs were prevalent during this study, being found in 80% of the streams sampled. The compounds detected represent a wide range of residential, industrial, and agricultural origins and uses with 82 of the 95 OWCs being found during this study. The most frequently detected compounds were coprostanol (fecal steroid), cholesterol (plant and animal steroid), N,N-diethyltoluamide (insect repellant), caffeine (stimulant), triclosan (antimicrobial disinfectant), tri(2-chloroethyl)phosphate (fire retardant), and 4-nonylphenol (nonionic detergent metabolite). Measured concentrations for this study were generally low and rarely exceeded drinking-water guidelines, drinking-water health advisories, or aquatic-life criteria. Many compounds, however, do not have such guidelines established. The detection of multiple OWCs was common for this study, with a median of seven and as many as 38 OWCs being found in a given water sample. Little is known about the potential interactive effects (such as synergistic or antagonistic toxicity) that may occur from complex mixtures of OWCs in the environment. In addition, results of this study demonstrate the importance of obtaining data on metabolites to fully understand not only the fate and transport of OWCs in the hydrologic system but also their ultimate overall effect on human health and the environment.
Ah, precisa também lembrar que água não pára na fronteira e poluição não precisa de passaporte.
Vale também recordar que a notícia não é tão nova assim. Já em 2002 a coisa rolava solta:
Pharmaceuticals, hormones, and other organic wastewater contaminants in U.S. streams, 1999-2000: a national reconnaissance.
Kolpin DW, Furlong ET, Meyer MT, Thurman EM, Zaugg SD, Barber LB, Buxton HT.
US Geological Survey, Iowa City, Iowa 52244, USA. dwkolpin@usgs.gov
To provide the first nationwide reconnaissance of the occurrence of pharmaceuticals, hormones, and other organic wastewater contaminants (OWCs) in water resources, the U.S. Geological Survey used five newly developed analytical methods to measure concentrations of 95 OWCs in water samples from a network of 139 streams across 30 states during 1999 and 2000. The selection of sampling sites was biased toward streams susceptible to contamination (i.e. downstream of intense urbanization and livestock production). OWCs were prevalent during this study, being found in 80% of the streams sampled. The compounds detected represent a wide range of residential, industrial, and agricultural origins and uses with 82 of the 95 OWCs being found during this study. The most frequently detected compounds were coprostanol (fecal steroid), cholesterol (plant and animal steroid), N,N-diethyltoluamide (insect repellant), caffeine (stimulant), triclosan (antimicrobial disinfectant), tri(2-chloroethyl)phosphate (fire retardant), and 4-nonylphenol (nonionic detergent metabolite). Measured concentrations for this study were generally low and rarely exceeded drinking-water guidelines, drinking-water health advisories, or aquatic-life criteria. Many compounds, however, do not have such guidelines established. The detection of multiple OWCs was common for this study, with a median of seven and as many as 38 OWCs being found in a given water sample. Little is known about the potential interactive effects (such as synergistic or antagonistic toxicity) that may occur from complex mixtures of OWCs in the environment. In addition, results of this study demonstrate the importance of obtaining data on metabolites to fully understand not only the fate and transport of OWCs in the hydrologic system but also their ultimate overall effect on human health and the environment.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Quero todos os outros 364 dias!
E também as seis horas que me cabem. Quero que o fato de ter nascido mulher não precise de um dia para ser reconhecida por aquilo que se é.
Queria que não houvesse "dia da mulher". Deveria existir sim o "dia da pessoa que vale", ou o "dia de quem procura melhorar".
Me causa mal-estar, esta coisa de "dia da mulher". Não tem nada a ver com valor.
Não acredito em reconhecimento por uma coisa que não dependa de meus esforços.
Não quero ser reconhecida por ter nascido com dois cromossomos X.
Quero ser reconhecida por aquilo que fui capaz de fazer, de criar, de inspirar. E isto não tem dia fixo. Acontece porque a gente faz.
E se o que se faz não foi suficiente para merecer reconhecimento, então que pelo menos se possa ser um medíocre honesto.
PS: Me desculpem a dureza, mas amanhã vai ser um dia como outro qualquer e nada vai melhorar a sua condição, a não ser que você arregace as mangas agora e comece a mudar isto já!
Queria que não houvesse "dia da mulher". Deveria existir sim o "dia da pessoa que vale", ou o "dia de quem procura melhorar".
Me causa mal-estar, esta coisa de "dia da mulher". Não tem nada a ver com valor.
Não acredito em reconhecimento por uma coisa que não dependa de meus esforços.
Não quero ser reconhecida por ter nascido com dois cromossomos X.
Quero ser reconhecida por aquilo que fui capaz de fazer, de criar, de inspirar. E isto não tem dia fixo. Acontece porque a gente faz.
E se o que se faz não foi suficiente para merecer reconhecimento, então que pelo menos se possa ser um medíocre honesto.
PS: Me desculpem a dureza, mas amanhã vai ser um dia como outro qualquer e nada vai melhorar a sua condição, a não ser que você arregace as mangas agora e comece a mudar isto já!
quinta-feira, 6 de março de 2008
Blogs que valem
Adicionei dois novos blogs na barra da direita: Enviroblog e Angry Toxicologist. São muuuuuuuuiiiiito bons todos os dois. Com pontos de vista paralelos, mas não idênticos de temas que dizem respeito a todos nós: ambiente, saúde e toxicidade.
São em inglês, mas já que a gente passa anos na escola aprendendo, chega a hora de usar, hehehe... Serve para "fortalecer" as sinapses e prevenir a "vecchiaia".
Muitas coisas dizem respeito à realidade americana e as políticas internas, mas é válido ler e aprender, antes de copiar, tendo sempre em mente que, como já disse antes, poluição não reconhece fronteiras geográficas.
São em inglês, mas já que a gente passa anos na escola aprendendo, chega a hora de usar, hehehe... Serve para "fortalecer" as sinapses e prevenir a "vecchiaia".
Muitas coisas dizem respeito à realidade americana e as políticas internas, mas é válido ler e aprender, antes de copiar, tendo sempre em mente que, como já disse antes, poluição não reconhece fronteiras geográficas.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Passando uma borracha
Fui surpreendida com a notícia que a borracha da Faber Castell estivesse com teores de ftalatos superiores aos permitidos por lei e cerca 50 vezes superiores aos parâmetros europeus.
Este é um bom exemplo para mostrar que uma empresa européia não segue fora de casa os mesmos critérios que dentro da UE, e assim o fato da matriz ser européia não garante os mesmos níveis de segurança garantidos em território Europeu. A legislação lá é bastante clara e restritiva. Principalmente porque muitas crianças fazem uso do produto.
A notícia que reporto abaixo é da jornalista Carla Sasso, do Ig educação de 18/01/08:
"SÃO PAULO – A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) identificou que a borracha TK Plast, da empresa Faber-Castell, possui um produto químico acima da quantidade permitida por lei, o que pode acarretar problemas de saúde aos seus usuários.
Segundo a coordenadora institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci, diferentes materiais escolares foram testados pela instituição como colas, canetas hidrográficas e borrachas, mas, somente na TK Plast foi encontrada a substância ftalato em níveis acima do permitido.
‘Pela legislação, só pode conter uma concentração de 0,1% do peso da amostra. Nós encontramos 5% na borracha, o que representa 50 vezes mais que o limite permitido por lei”, explica Maria Inês.
A coordenadora salienta que as borrachas que apresentarem irregularidades foram as brancas e amarelas. Os índices de ftalato encontrados no plástico que envolve o produto estão dentro do limite permitido por lei. De acordo com a coordenadora, a borracha é um material extremamente tóxico por causa da quantidade da substância e é arriscado tê-lo em casa, principalmente se for usado por crianças. “Se ingerido, o ftalato pode causar problemas aos rins, pulmões e fígado. Além disso, a substância também pode causar câncer”, afirmou Maria Inês.
Em nota, a Faber-Castell afirma que “retirou completamente o ftalato da sua produção a partir de 13 de setembro de 2007, mesmo não havendo estudos conclusivos sobre o tema”. A empresa afirma também que “nos EUA não há ainda uma determinação de restrição da substância”.
Para a coordenadora da Pro Teste a questão é muito maior. “Nós já notificamos a empresa e queremos saber como o produto tem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) tendo essa quantidade de ftalato. Queremos saber quais atitudes serão tomadas, o quem tem o produto deve fazer, e muitas outras coisas”, explica."
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2008/01/18/borracha_da_faber_castell_contem_produto_toxico_diz_pro_teste_1157271.html
Este é um bom exemplo para mostrar que uma empresa européia não segue fora de casa os mesmos critérios que dentro da UE, e assim o fato da matriz ser européia não garante os mesmos níveis de segurança garantidos em território Europeu. A legislação lá é bastante clara e restritiva. Principalmente porque muitas crianças fazem uso do produto.
A notícia que reporto abaixo é da jornalista Carla Sasso, do Ig educação de 18/01/08:
"SÃO PAULO – A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) identificou que a borracha TK Plast, da empresa Faber-Castell, possui um produto químico acima da quantidade permitida por lei, o que pode acarretar problemas de saúde aos seus usuários.
Segundo a coordenadora institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci, diferentes materiais escolares foram testados pela instituição como colas, canetas hidrográficas e borrachas, mas, somente na TK Plast foi encontrada a substância ftalato em níveis acima do permitido.
‘Pela legislação, só pode conter uma concentração de 0,1% do peso da amostra. Nós encontramos 5% na borracha, o que representa 50 vezes mais que o limite permitido por lei”, explica Maria Inês.
A coordenadora salienta que as borrachas que apresentarem irregularidades foram as brancas e amarelas. Os índices de ftalato encontrados no plástico que envolve o produto estão dentro do limite permitido por lei. De acordo com a coordenadora, a borracha é um material extremamente tóxico por causa da quantidade da substância e é arriscado tê-lo em casa, principalmente se for usado por crianças. “Se ingerido, o ftalato pode causar problemas aos rins, pulmões e fígado. Além disso, a substância também pode causar câncer”, afirmou Maria Inês.
Em nota, a Faber-Castell afirma que “retirou completamente o ftalato da sua produção a partir de 13 de setembro de 2007, mesmo não havendo estudos conclusivos sobre o tema”. A empresa afirma também que “nos EUA não há ainda uma determinação de restrição da substância”.
Para a coordenadora da Pro Teste a questão é muito maior. “Nós já notificamos a empresa e queremos saber como o produto tem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) tendo essa quantidade de ftalato. Queremos saber quais atitudes serão tomadas, o quem tem o produto deve fazer, e muitas outras coisas”, explica."
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2008/01/18/borracha_da_faber_castell_contem_produto_toxico_diz_pro_teste_1157271.html
Bebês e exposição a Ftalatos
Quem segue este blog ( e o anterior, antes deste) já nos viu falar um pouco sobre esta família de substâncias chamadas Ftalatos (Phthalates). Basicamente eles são uma grande família de plasticizantes, tornam o PVC maleável, mas podem ser até combustível para foguetes, fixadores de perfumes, aditivos em selantes e adesivos, presente em tintas,...dependendo da molécula em questão.
O artigo que comento hoje diz respeito a exposição precoce de bebês por conta de artigos de toalete e cuidados pessoais. Também não é coisa nova por aqui, mas a fonte e o fato do estudo ter sido conduzido em seres humanos dá relevância ao artigo e confirma estudos anteriores.
Sathyanarayana S, Karr CJ, Lozano P, Brown E, Calafat AM, Liu F, Swan SH. Baby care products: possible sources of infant phthalate exposure. Pediatrics. 2008 Feb;121(2):e260-8.
Department of Occupational and Environmental Health Sciences, Division of General Pediatrics, Child Health Institute, University of Washington, Building 296200, NE 74th St, Seattle, WA 98115-8160, USA. sathyana@u.washington.edu
OBJECTIVES: Phthalates are man-made chemicals found in personal care and other products. Recent studies suggest that some phthalates can alter human male reproductive development, but sources of infant exposure have not been well characterized. We investigated the relationship between phthalate metabolite concentrations in infant urine and maternal reported use of dermally applied infant care products. METHODS: We measured 9 phthalate metabolites in 163 infants who were born in 2000-2005. An infant was considered to have been exposed to any infant care product that the mother reported using on her infant within 24 hours of urine collection. Results of multiple linear regression analyses are reported as the ratio of metabolite concentrations (with 95% confidence intervals) in exposed and unexposed infants. We standardized concentrations by forming z scores and examined combined exposure to multiple metabolites. RESULTS: In most (81%) infants, > or = 7 phthalate metabolites were above the limit of detection. Exposure to lotion was predictive of monoethyl phthalate and monomethyl phthalate concentrations, powder of monoisobutyl phthalate, and shampoo of monomethyl phthalate. Z scores increased with number of products used. Most associations were stronger in younger infants. CONCLUSIONS: Phthalate exposure is widespread and variable in infants. Infant exposure to lotion, powder, and shampoo were significantly associated with increased urinary concentrations of monoethyl phthalate, monomethyl phthalate, and monoisobutyl phthalate, and associations increased with the number of products used. This association was strongest in young infants, who may be more vulnerable to developmental and reproductive toxicity of phthalates given their immature metabolic system capability and increased dosage per unit body surface area.
PS: O artigo está disponível gratuitamente no site da revista "Pediatrics", veículo da Academia Americana de Pediatria. http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/121/2/e260
Houve um comentário sobre as possíveis "contaminações" dos produtos por outros ingredientes de fórmulas cosméticas, mas em termos práticos o fato é que os bebês continuam expostos a esta família de agentes através dos produtos que deveriam ser inóquos.
Quem quiser ter uma idéia mais completa sobre os efeitos dos Ftalatos nos receptores ativados dos Peroxissomas, pode dar uma olhadinha no "Ftalato do dia" e o artigo de Latini G et alli.
O artigo que comento hoje diz respeito a exposição precoce de bebês por conta de artigos de toalete e cuidados pessoais. Também não é coisa nova por aqui, mas a fonte e o fato do estudo ter sido conduzido em seres humanos dá relevância ao artigo e confirma estudos anteriores.
Sathyanarayana S, Karr CJ, Lozano P, Brown E, Calafat AM, Liu F, Swan SH. Baby care products: possible sources of infant phthalate exposure. Pediatrics. 2008 Feb;121(2):e260-8.
Department of Occupational and Environmental Health Sciences, Division of General Pediatrics, Child Health Institute, University of Washington, Building 296200, NE 74th St, Seattle, WA 98115-8160, USA. sathyana@u.washington.edu
OBJECTIVES: Phthalates are man-made chemicals found in personal care and other products. Recent studies suggest that some phthalates can alter human male reproductive development, but sources of infant exposure have not been well characterized. We investigated the relationship between phthalate metabolite concentrations in infant urine and maternal reported use of dermally applied infant care products. METHODS: We measured 9 phthalate metabolites in 163 infants who were born in 2000-2005. An infant was considered to have been exposed to any infant care product that the mother reported using on her infant within 24 hours of urine collection. Results of multiple linear regression analyses are reported as the ratio of metabolite concentrations (with 95% confidence intervals) in exposed and unexposed infants. We standardized concentrations by forming z scores and examined combined exposure to multiple metabolites. RESULTS: In most (81%) infants, > or = 7 phthalate metabolites were above the limit of detection. Exposure to lotion was predictive of monoethyl phthalate and monomethyl phthalate concentrations, powder of monoisobutyl phthalate, and shampoo of monomethyl phthalate. Z scores increased with number of products used. Most associations were stronger in younger infants. CONCLUSIONS: Phthalate exposure is widespread and variable in infants. Infant exposure to lotion, powder, and shampoo were significantly associated with increased urinary concentrations of monoethyl phthalate, monomethyl phthalate, and monoisobutyl phthalate, and associations increased with the number of products used. This association was strongest in young infants, who may be more vulnerable to developmental and reproductive toxicity of phthalates given their immature metabolic system capability and increased dosage per unit body surface area.
PS: O artigo está disponível gratuitamente no site da revista "Pediatrics", veículo da Academia Americana de Pediatria. http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/121/2/e260
Houve um comentário sobre as possíveis "contaminações" dos produtos por outros ingredientes de fórmulas cosméticas, mas em termos práticos o fato é que os bebês continuam expostos a esta família de agentes através dos produtos que deveriam ser inóquos.
Quem quiser ter uma idéia mais completa sobre os efeitos dos Ftalatos nos receptores ativados dos Peroxissomas, pode dar uma olhadinha no "Ftalato do dia" e o artigo de Latini G et alli.
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