sexta-feira, 25 de maio de 2007

Impostores, impostura e impostos

Estamos chegando ao fim do mês de maio. Em teoria você trabalhou até agora para o governo. Ah, você não sabia? Você não tem garantias, nem férias, nem 13º, 14º, carro oficial e mordomias várias, mas você trabalhou todos os dias deste ano até agora para o governo. Para financiar o governo e uma máquina estatal que demostra sua incompetência administrativa nas ruas, nas estradas, nos hospitais, nos serviços públicos, na educação, na segurança, nos programas sociais,... Ah, você é da classe média? Azar, você pagou mais e recebeu menos. É sim, menos ainda se tem um plano de saúde ou seus filhos estudam em escolas particulares, pois pagou duas vezes pela mesma coisa.
Enquanto você trabalha pode se contentar de ouvir as notícias sobre a última CPI da corrupção. Até que apareça uma nova.
Como dizia Ibrahim Sued: "os cães ladram e a caravana passa"...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Carne em excesso pode prejudicar feto masculino

o artigo original pode ser lido na íntegra em: http://humrep.oxfordjournals.org/cgi/reprint/22/6/1497

Semen quality of fertile US males in relation to their
mothers’ beef consumption during pregnancy


S.H.Swan 1,4, F.Liu 1, J.W.Overstreet 2, C.Brazil 2 and N.E.Skakkebaek 3

1Department of Obstetrics and Gynecology, School of Medicine and Dentistry, University of Rochester, 601 Elmwood Avenue,
Rochester, NY 14624, USA; 2ITEH, University of California, Davis, CA 95616, USA; 3University Department of Growth and
Reproduction, Rigshospitalet, GR-5064, Blegdemsvej 9-2100, Copenhagen, Denmark
4Correspondence address. Department of Obstetrics and Gynecology, University of Rochester, School of Medicine and Dentistry,
601 Elmwood Avenue, Rochester, NY 14624, USA. E-mail: Shanna_swan@urmc.rochester.edu.

BACKGROUND: To look at possible long-term risks from anabolic steroids and other xenobiotics in beef, we examined
mens’ semen quality in relation to their mother’s self-reported beef consumption during pregnancy.

METHODS:
The study was carried out in five US cities between 1999 and 2005. We used regression analyses to examine semen
parameters in 387 partners of pregnant women in relation to the amount of beef their mothers reported eating
while pregnant. Mothers’ beef consumption was also analysed in relation to the son’s history of previous subfertility.

RESULTS: Sperm concentration was inversely related to mothers’ beef meals per week (P 5 0.041). In sons of ‘high
beef consumers’ (>7 beef meals/week), sperm concentration was 24.3% lower (P 5 0.014) and the proportion of men
with sperm concentration below 20 3 106/ml was three times higher (17.7 versus 5.7%, P 5 0.002) than in men whose
mothers ate less beef. A history of previous subfertility was also more frequent among sons of ‘high beef consumers’
(P 5 0.015). Sperm concentration was not significantly related to mother’s consumption of other meat or to the man’s
consumption of any meat.

CONCLUSIONS: These data suggest that maternal beef consumption, and possibly xenobiotics
in beef, may alter a man’s testicular development in utero and adversely affect his reproductive capacity.

Message in a bottle...

Hoje reproduzo aqui a carta de demissão da Dra. Lia Augusto. Ela é médica sanitarista especializada em meio ambiente e membro titular da CTNBio:

"Durante 15 meses, a dra. Lia Giraldo, médica e pesquisadora da Fiocruz, participou da CTNBio na qualidade de representante das organizações do campo socioambiental. Na última reunião da Comissão ela comunicou seu desligamento e fez um balanço sobre o funcionamento da CTNBio.
A carta de Lia Giraldo é leitura indispensável para entender como os impulsos políticos de governo são transformados em “decisões técnicas”.

Brasília, 17 de maio de 2007.

Excelentíssimo Senhor Ministro da Ciência e Tecnologia
Excelentíssima Senhora Ministra do Meio Ambiente
Ilustríssimo Senhor Presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

Referente: Notificação de desligamento da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e declaração de motivos.

Há 31 anos sou servidora pública dedicada à Saúde Coletiva, dos quais 20 anos como médica sanitarista, tendo por esse período trabalhado na região siderúrgica-petroquímica de Cubatão - SP, promovendo a saúde dos trabalhadores e ambiental.
Fiz meu mestrado e doutorado investigando biomarcadores para análise de risco. Há dez anos sou pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz e docente do programa de Pós-Graduação do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, onde sou responsável pelas disciplinas obrigatórias de “Filosofia da Ciência e Bioética” e de “Seminários Avançados de Pesquisa”.
Como técnica, gestora, cientista e professora tive que lidar com diversas situações de conflitos de interesses que muitas vezes emergiam de forma aguda e tenho claro que os conflitos são parte do processo social e por isso mesmo devem estar subordinados a regras de convivência civilizada, em respeito ao estado de direito e à democracia.
Sou membro titular na CTNBio como Especialista em Meio Ambiente indicada pelo Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais, a partir de uma lista tríplice à Ministra do Meio Ambiente, a quem coube a escolha.
Hoje, após quinze meses de minha nomeação, peço o desligamento formal dessa Comissão e apresento a titulo de reflexão algumas opiniões críticas no sentido de colaborar com o aprimoramento da biossegurança no país.
Na minha opinião, a lei 11.105/2005 que criou a CTNBio fez um grande equívoco ao retirar dos órgãos reguladores e fiscalizadores os poderes de analisar e decidir sobre os pedidos de interesse comercial relativos aos transgênicos, especialmente sobre as liberações comerciais. A CTNBio está constituída por pessoas com título de doutorado, a maioria especialistas em biotecnologia e interessados diretamente no seu desenvolvimento. Há poucos especialistas em biossegurança, capazes de avaliar riscos para a saúde e para o meio ambiente.
Os membros da CTNBio têm mandato temporário e não são vinculados diretamente ao poder público com função específica, não podendo responder a longo prazo por problemas decorrentes da aprovação ou do indeferimento de processos.
A CTNBio não é um órgão de fomento à pesquisa ou de pós-graduação ou conselho editorial de revista acadêmica. O comportamento da maioria de seus membros é de crença em uma ciência da monocausalidade. Entretanto, estamos tratando de questões complexas, com muitas incertezas e com conseqüências sobre as quais não temos controle, especialmente quando se trata de liberações de OGMs no ambiente.
Nem mesmo o Princípio da Incerteza, que concedeu o Prêmio Nobel à Werner Heisenberg (1927), é considerado pela maioria dos denominados cientistas que compõe a CTNBio. Assim, também na prática da maioria, é desconsiderado o Princípio da Precaução, um dos pilares mais importantes do Protocolo de Biossegurança de Cartagena que deve nortear as ações políticas e administrativas dos governos signatários.
O que vemos na prática cotidiana da CTNBio são votos pré-concebidos e uma série de artimanhas obscurantistas no sentido de considerar as questões de biossegurança como dificuldades ao avanço da biotecnologia.A razão colocada em jogo na CTNBio é a racionalidade do mercado e que está protegida por uma racionalidade científica da certeza cartesiana, onde a fragmentação do conhecimento dominado por diversos técnicos com título de doutor, impede a priorização da biossegurança e a perspectiva da tecnologia em favor da qualidade da vida, da saúde e do meio ambiente.
Não há argumentos que mobilizem essa racionalidade cristalizada como a única “verdade científica”. Além da forma desairosa no tratamento daqueles que exercem a advocacy no strito interesse público. Participar desta Comissão requereu um esforço muito grande de tolerância diante das situações bizarras por mim vivenciadas, como a rejeição da maioria em assinar o termo de conflitos de interesse; de sentir-se constrangida com a presença nas reuniões de membro do Ministério Público ou de representantes credenciados da sociedade civil; de não atender pedido de audiência pública para debater a liberação comercial de milho transgênico, tendo o movimento social de utilizar-se de recurso judicial para garantia desse direito básico; além de outros vícios nas votações de processos de interesse comercial.
Também a falta de estrutura da Secretaria Geral da CTNBio é outra questão que nos faz pensar como é que é possível ter sido transferido para essa Comissão tanta responsabilidade sem os devidos meios para exerce-la? Assistimos a inúmeros problemas relacionados com a instrução e a tramitação de processos pela falta de condições materiais e humanas da CTNBio.
Para ilustrar cito o processo No. 01200.000782/2006-97 da AVIPE que solicitava a revisão de uma decisão da CNBS. O mesmo foi distribuído para um único parecerista pela Secretaria Geral como um processo de simples importação de milho GM para alimentar frangos. Graças à interpretação de um membro de que haveria necessidade de nomear mais um parecerista, em função dos problemas antigos deste processo que sofrera recurso da ANVISA e do MMA junto ao CNBS, é que se descobriu que este processo estava equivocado. Mesmo porque a CTNBio só poderia dar parecer a pedidos de importação de sementes para experimentos científicos. Importação de sementes para comercialização para ração animal, por exemplo, não é uma atribuição da CTNBio.
Outro fato ilustrador é o caso da apreciação do pedido de liberação comercial da vacina contra a doença de Aujeski (em que também fui um dos relatores). Os únicos quatro votos contra a liberação não seriam suficientes para a sua rejeição. No entanto, o fato de não se ter 18 votos favoráveis impediu a sua aprovação e este fato foi utilizado amplamente para justificar a redução de quorum de 2/3 para maioria simples nas votações de liberação comercial de OGM. Ocorre que o parecer contrário à aprovação desse processo trouxe uma série de argumentos que sequer foram observados por aqueles que já tinham decidido votar em favor de sua liberação.
Essa vacina está no mercado internacional há quinze anos e só é comercializada em cinco países, nenhum da comunidade européia. Esta observação levou-me a investigar as razões para tal e encontrei uma série de questões que contraindicam o seu uso na vigilância sanitária de suínos frente aos riscos de contrair a doença de Aujeski e que também são seguidas pelo Brasil.
Infelizmente este fato foi utilizado politicamente no Congresso Nacional como um argumento para justificar a redução do quorum para liberação comercial, mostrando que os interesses comerciais se sobrepujam aos interesses de biossegurança com o beneplácido da CTNBio.
Desta forma, em respeito à cidadania e a minha trajetória profissional de cientista e de formadora de recursos humanos, não poderei mais permanecer como membro de uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança que, a meu ver, não tem condições de responder pelas atribuições que a lei lhe confere.
Faço votos que uma profunda reflexão inspire todos aqueles que têm responsabilidade pública para que os órgãos com competência técnica e isenção de interesses possam de fato assumir o papel que o Estado deve ter na proteção da saúde, do ambiente, da sociedade, da democracia e do desenvolvimento sustentável.
Brasília, 17 de maio de 2007.
Profa. Dra. Lia Giraldo da Silva Augusto
Membro Titular da CTNBio
Especialista em Meio Ambiente"
(Fonte: agência estadual de notícias do Paraná, os grifos são meus)

Aplausos a atitude da Doutora. Pena que as coisas continuem na mão de gente com interesses diferentes dos seus.

sábado, 19 de maio de 2007

Uma clareira na mata...

Caros leitores, durante esta semana li um post que me preocupou muitíssimo no blog do Planeta (16/05 em http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/) da Revista Época. Falava sobre o uso de agente laranja (é aquele mesmo do Vietnam) em regiões do Mato Grosso fazendo referimento ao site "O Eco" (http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=67&textCode=21935&date=currentDate&contentType=html).
A coisa é alarmante e muito séria. O agente laranja é uma mistura de herbicidas, um dos quais resulta na famosa DIOXINA. A dioxina é tóxica para seres vivos. Digo vivos e não só humanos.
Os textos citados valem leitura e reflexão. O que se fez é um grave crime. É um crime contra VOCÊ. Permitir que crimes assim continuem sendo praticados é conivência, cumplicidade.
Não seria hora de dizer chega? Qualquer indivíduo compra facilmente herbicida mesmo com todos os controles e proibições. Sejamos sérios!

domingo, 13 de maio de 2007

Parabéns, Mamães!


Hoje é dia das mães. E ser mãe é um privilégio que a Natureza me deu, mesmo quando eu já nem mais pensava nisso.
Digo privilégio porque é mesmo assim. Foi e continua sendo o evento que mudou a minha concepção de mundo, mudou o ponto de vista e as prioridades. Alguns dirão, isso é clichê, é lugar comum. Eu digo que se é comum alguma razão existe para que tanta gente ache que seja assim. Mãe parece que fez escola, são todas diplomadas nas mesmas preocupações, nos mesmos medos de errar, nas mesmas imensas necessidades de dar e receber amor e de confirmá-lo todos os dias. Arrisco mesmo a dizer que ser mãe é descobrir o amor visceral. Não é o mesmo que amor sexual. Mas tem em comum a paixão eterna, aquela insanidade hormonal que te faz fazer qualquer coisa, lutar com dragões, atravessar o Pacífico a nado pelo outro. É um amor tão absoluto, tão incondicional, que se torna difícil dimensioná-lo no universo de quem não o vivenciou.
Mas, de certa forma, ser mãe pode ser visto como uma coisa que vai além da coisa física. É a força criativa e criadora, é a concentração de esperança de cada um de nós em um outro ser, a fé verdadeira em um outro tempo, algo que vai além daquilo que poderemos ser, ver ou viver. E é trabalho, tanto trabalho a cada dia. E são problemas para solucionar, conflitos, dilemas. São desafios para serem vencidos. E por esta razão existem muitas mães no mundo que nunca tiveram filhos. Existem homens que foram "mães".
Então, hoje, queria homenagear o que ser mãe significa. Para que aquelas pessoas que foram mães sem sê-lo fisicamente, possam partilhar desta festa e também apropriar-se dela.
Parabéns para cada MÃE que existe no mundo. O futuro depende de cada uma de vocês.
(foto: Anne Geddes, Pure)

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Obesidade, Diabetes e LPS


Artigo do "Le Monde" comenta o trabalho publicado na revista "Diabetes" (on line, pré impressão) do grupo do Instituto de Medicina Molecular de Tolouse que associa a endotoxina (íntima de quem estuda Sepse) com a diabete do tipo 2 e a resitência insulínica. Outros autores já haviam ligado o aparecimento da obesidade a fenômenos imunitários inflamatórios crônicos. Outros já associaram obesidade a reações metabólicas decorrentes de estimulação direta de interferentes endocrinos de origem ambiental, porém de certa forma, modulados pelo sistema imunitário.
Estes achados são luzes que se abrem diante de um fenômeno que a cada ano vem aumentando de modo impressionante em todo o mundo, ou seja, a epidemia de obesidade.
Segue a referência do artigo, o abstract e a recomendação para a leitura:
Diabetes. 2007 Apr 24; [Epub ahead of print]
Metabolic endotoxemia initiates obesity and insulin resistance.

Diabetes and obesity are two metabolic diseases characterized by insulin resistance and a low grade inflammation. Seeking an inflammatory factor causative of the onset of insulin resistance, obesity, and diabetes, we have identified bacterial lipopolysaccharide (LPS) as a triggering factor. We found that normal endotoxemia increased or decreased during the fed or fasted state respectively on a nutritional basis, and that a four-week high-fat feeding (HF) chronically increased plasma LPS concentration by 2-3 times, a threshold that we have defined as "metabolic endotoxemia". Importantly, HF increased the proportion of a LPS-containing microbiota in the gut. When metabolic endotoxemia was induced for four weeks in mice through continuous subcutaneous infusion of LPS, fasted glycemia, insulinemia, whole body, liver, and adipose tissue weight gain were increased to a similar extent as in HF mice. In addition, adipose tissue F4/80 positive cells and markers of inflammation, and liver triglyceride content, were increased. Furthermore, liver, but not whole body, insulin resistance was detected in LPS-infused mice. CD14 mutant mice resisted most of the LPS and HF-induced features of metabolic diseases. This new finding demonstrates that metabolic endotoxemia dysregulates the inflammatory tone and triggers body weight gain and diabetes. We conclude that the LPS/CD14 system sets the tone of insulin sensitivity, and the onset of diabetes and obesity. Lowering plasma LPS concentration could be a potent strategy for the control of metabolic diseases.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Spam de produto ilícito

Recebi um spam sobre um medicamento para emagrecer chamado Liver Joice (?). A coisa me pareceu estranha quando o site ao qual o spammer fazia referimento era fora do Brasil. Fui dar uma conferida e fiz uma pesquisa rápida na ANVISA. Adivinhem? O tal remédio milagroso e sem contra indicações não tem registro no Ministério da Saúde.
Gente, quando vocês receberem este tipo de spam, por favor, controlem. E se houver irregularidades, denunciem na ANVISA. É um bem para toda a comunidade, pois sempre vai haver alguém sem malícia que vai cair no conto do vigário, correndo riscos desnecessários. Estas pessoas são sem escrúpulos e para elas não vai fazer a menor diferença o que vai acontecer com a saúde do usuário.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Agrotóxicos em alimentos

Anvisa divulga resultado do monitoramento de agrotóxico em alimentos
O morango e a alface foram os alimentos que apresentaram maiores índices de contaminação por agrotóxico no ano passado, de acordo com os dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para). O resultado das análises foi apresentado em Brasília nessa quinta-feira (26). O Para monitorou em 2006 os níveis de agrotóxicos presentes em seis alimentos consumidos pela população brasileira: alface, batata, laranja, maçã, morango e tomate. Desde 2002, foram realizadas 561.200 análises de 92 princípios ativos de agrotóxicos em cada uma das amostras coletadas nos 16 estados que integram o programa. O Para recebeu um investimento de R$ 10 milhões durante todo o período.O Gerente de Avaliação de Riscos da área de Toxicologia da Anvisa e coordenador do Para, Ricardo Velloso, explica que o programa busca identificar a quantidade de resíduos de agrotóxicos nas amostras de cada alimento monitorado. O estudo avalia, ainda, se os níveis estão de acordo com os estabelecidos por lei e se o agrotóxico é autorizado para aquelas culturas. ResultadosDe acordo com o Gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Claudio Meirelles, os dados do Para apontam um índice geral de 14% de irregularidades nas culturas analisadas. Esse número evidencia a necessidade de desenvolver estratégias para a redução do nível de contaminação nos alimentos.“Os resultados do Para vão auxiliar as vigilâncias sanitárias de estados e municípios a estruturar ações de rastreabilidade de controle dos eventos que geraram a contaminação. Com isso, será possível chegar até o produtor, identificar e, em muitos casos, resolver o problema”, relata Meirelles. Os números divulgados indicam que o morango é a cultura com o maior índice de irregularidades em 2006 (37,68%). Mas os resultados apontam uma redução de cerca de 20% dos problemas em comparação com os dados de 2002, quando os desvios foram de 46,04%. Em 2003, esse índice foi de 54,55% e, em 2004, 39,07%. Em 2005, não houve coleta de amostras. O segundo vilão nos dados divulgados pelo Para é a alface, com 28,68% das análises irregulares. Ao contrário do morango, a alface vem obtendo índices de desvios crescentes. Na primeira análise, em 2002, apresentou 8,64% de irregularidades. A maçã é uma cultura que mantém índices baixos, mas constantes de resíduos de agrotóxicos. Já o tomate apresentou redução das irregularidades: de 26,1% em 2002 para 2,01% no ano passado. A batata e a laranja são as únicas culturas cujas amostras deram resultados satisfatórios em 2006. O Para não coletou amostras de banana, mamão e cenoura no último ano. Apesar disso, pode-se observar que os resultados das análises da banana e do mamão reduziram no decorrer do monitoramento. A banana obteve 6,53% de inconformidades em 2002 e, em 2005, baixou para 3,65%. Já o mamão – que na primeira análise teve 19,5% – em 2005 não apresentou problemas.As amostras de cenoura estavam de acordo com os limites estabelecidos por lei em 2002 e 2003. No entanto, em 2005, a análise desse produto apresentou 11,3% de irregularidades.
O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo. O uso abusivo de agrotóxicos, entretanto, ameaça a saúde do consumidor e do trabalhador rural, além de contaminar o meio-ambiente.

Metilparabeno e exposição solar




Um artigo interessante no PUBMED* alerta para os danos causados pelo metilparabeno nos keratinócitos quando da exposição aos raios UVB. Ele potencializaria os danos causados pelos radicais livres, produção de Óxido nitrico, oxidação lipídica e ativação dos fatores de transcrição.
Logo, seria inteligente evitar filtros solares que utilizassem este conservante.


*Handa O, Kokura S, Adachi S, Takagi T, Naito Y, Tanigawa T, Yoshida N, Yoshikawa T. Methylparaben potentiates UV-induced damage of skin keratinocytes. Toxicology. 2006 Oct 3;227(1-2):62-72.