segunda-feira, 29 de outubro de 2007

The Evolution Of Beauty

A beleza pode e deve ser real.

domingo, 28 de outubro de 2007

Mais um artigo para se refletir...

Resolvi não comentar a questão do leite que vem enchendo as páginas da imprensa nos últimos dias. Primeiro porque não necessita de comentários, depois porque o consumidor não tem como controlar a qualidade do produto se estes "aditivos" não são devida e claramente rotulados.
Devo dizer no entanto que uma coisa me incomodou muito e foi o fato do desdém da representante da Vigilância ao dizer que o produto adulterado "não mataria ninguém". Mesmo que seja verdade, uma pessoa que representa um orgão controlador deveria estar um pouco mais atenta na postura com que se dirige a media. Passou a impressão que a adulteração era pouco importante, o que não é verdade.

Mas hoje trouxe um abstract de um artigo a mais para a nossa reflexão. Diz respeito a partículas nano de Óxido de Zinco. Estamos caminhando para o verão e consequentemente ao uso de bloqueadores solares em maior escala. A tendência é de usar nanopartículas de óxido de zinco em formulações de bloqueadores. Dêem uma lida no artigo abaixo. Vale pensar que as partículas que não permeiam a epiderme vão parar na água e a água, caros, volta a circular em vários ecossistemas.
É como diz a nova campanha do WWF: "Cuidado com aquilo que você faz, porque, cedo ou tarde, volta para você".

Lin D, Xing B. Phytotoxicity of nanoparticles: Inhibition of seed germination and root growth.
Environ Pollut. 2007 Mar 17

Department of Environmental Science, Zhejiang University, Hangzhou 310028, China; Department of Plant, Soil and Insect Sciences, University of Massachusetts, Stockbridge Hall, Amherst, MA 01003, USA.

Plants need to be included to develop a comprehensive toxicity profile for nanoparticles. Effects of five types of nanoparticles (multi-walled carbon nanotube, aluminum, alumina, zinc, and zinc oxide) on seed germination and root growth of six higher plant species (radish, rape, ryegrass, lettuce, corn, and cucumber) were investigated. Seed germination was not affected except for the inhibition of nanoscale zinc (nano-Zn) on ryegrass and zinc oxide (nano-ZnO) on corn at 2000mg/L. Inhibition on root growth varied greatly among nanoparticles and plants. Suspensions of 2000mg/L nano-Zn or nano-ZnO practically terminated root elongation of the tested plant species. Fifty percent inhibitory concentrations (IC(50)) of nano-Zn and nano-ZnO were estimated to be near 50mg/L for radish, and about 20mg/L for rape and ryegrass. The inhibition occurred during the seed incubation process rather than seed soaking stage. These results are significant in terms of use and disposal of engineered nanoparticles.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Curso em Bruxelas

Recebi hoje e-mail com o primeiro aviso do VIII curso de Segurança em Cosmética da Universidade de Vrije, na Bélgica. Iniciará no dia 30 de março de 2008.

TRAINING COURSE SAFETY ASSESSMENT OF COSMETICS IN THE EU
Vrije Universiteit Brussel

Key questions to be tackled by the Course :
􀀩 What are the current challenges in safety assessment of cosmetics in the EU?
􀀩 Which role does risk perception play in our society and how does it affect the cosmetic industry?
􀀩 What is the impact of REACH on the cosmetic industry?
􀀩 What are "validated" and "valid" alternative methods? What is their actual use and how to perform these tests?
􀀩 Which role does systemic toxicity testing play in the safety assessment of cosmetics?
􀀩 How to make a technical dossier for a finished cosmetic product according to the actual EU legislation?
􀀩 How to make a technical dossier for a cosmetic ingredient to be taken up in one of the positive lists (Annexes) of the EU Cosmetic Legislation?
􀀩 Can the process of risk assessment be improved by new methodologies?

Para quem se interessar: http://safetycourse.vub.ac.be/

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Licença Maternidade

Parece que se vota hoje a licença maternidade de 6 meses, que ela não será obrigatória, nem para patrões, nem para empregadas, permanecendo a opção dos atuais 4 meses.
Então surge uma pergunta natural: que raça de votação é esta?
Que a licença maternidade de 6 meses é um direito das crianças (escrevi CRIANÇAS, não mamães) é ponto pacífico. A OMS prescreve o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade no mínimo. E aleitar não é somente dar o peito. Aleitar é dar carinho, é dar conforto. É necessário um ambiente tranquilo.
Digamos claramente que interromper o trabalho para aleitar não é exatamente nem o ideal para os patrões, nem para as empregadas. Muito menos ainda o é para os lactentes. E são eles a parte mais débil e que merece uma proteção verdadeira e comprometida.
Na Itália, onde vivi por muitos anos e onde nasceu minha filha, garante licença maternidade de no mínimo 6 meses, com possibilidade de extensão optativa. Garante até tempo dos pais (homens) para acompanhamento dos filhos até 8 anos de idade. Na Escandinávia as leis são ainda mais garantistas.
Vamos ter a coragem de criar um futuro palpável e melhor para nossas crianças, aprovando a disposição, mas em seu amplo contexto. Dando uma vantagem real para cada novo cidadão que vem a este mundo sem balelas.
Isto não "quebra" o Estado. Os que "quebram" o Estado são bem mais crescidinhos e esqueceram que um dia foram amamentados.

Notinha pessoal de 17/10

Só passei para deixar um beijo para a Cris, que vai ser mãe de novo depois de 13 anos.
Sorte, amiga, que este bebê seja um ser iluminado na vida de vocês!
Com carinho

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Presente para crianças



Hoje é o dia da criança. Dia de presente.
Dê de presente ao seu filho aquilo que ele mais quer: sua atenção, seu tempo.
É saudável, faz bem para ele. Faz bem para você também.
E mesmo que você tenha gasto dinheiro em um outro presente qualquer, dê o mais importante: exemplo. Ele vai te copiar se você for importante para ele. Então faça a diferença, faça diferente, lembre-se de quando você era pequeno e esperava que os adultos tivessem um tempinho para você. Normalmente a memória é falha quanto a isto. Crie um adulto melhor, ouça seu filho.
Beijo a todas as crianças, inclusive àquelas que resistem dentro de cada um de nós ao longo da vida.




E parabéns ao Miltinho Raphaelli, um amigo que não vejo faz tempo, mas que hoje festeja seu aniversário.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Nobel em Medicina 2007

Saiu hoje e foi designado para os Drs. Mario Capecchi, Martin Evans e Oliver Smithies e a motivação foi pela contribuição dada por estes cientistas à pesquisa de doenças genéticas através da técnica introduzida por eles criando mosaicos genéticos em ratos usando células tronco (www.nobelprize.org) .
Mas não é do prêmio que eu quero falar, mas da pessoa que está atrás do prêmio, o Dr. Capecchi. Ele emigrou da Italia no final da guerra para os EUA aos 9 anos, em 1946 e sua história pessoal merecia uma minisérie.
Ainda criança, em 1941, foi deixado pela mãe, uma "partigiana" da resistência com uma família de camponeses, para que ficasse "mais protegido". Eram tempos difíceis e o menino na verdade ficou vagando pelo norte da Itália, de povoado em povoado. Foi encontrado pela mãe em um hospital em estado precário de saúde no final da guerra. Ela então decidiu imigrarpara os EUA e o levou consigo. O garoto batalhou, estudou e acabou fazendo pós em Harvard em Biologia Molecular nos anos 60. Ganha hoje o Nobel.
Como se vê, seria fácil pensar que um cientista já nasce privilegiado, mas as coisas não são bem assim.

sábado, 6 de outubro de 2007

Pança e plástico

O abstract que trago hoje trata da inquietante associação entre os níveis de contaminação por ftalatos e circunferência abdominal além de resistência insulínica na população americana.

Para quem não tem intimidade a coisa é assim: existe uma relação entre a quantidade de plástico acumulado no seu organismo e a gordura acumulada na barriga. Já trouxe um outro artigo relacionando plásticos e a interferência nos mecanismos adipogênicos, ou seja, a capacidade do organismo de acumular gordura.

Talvez nos tempos modernos plástico seja mesmo o masculino de plástica...


Stahlhut RW, van Wijngaarden E, Dye TD, Cook S, Swan SH.
Concentrations of urinary phthalate metabolites are associated with increased waist circumference and insulin resistance in adult U.S. males.
Environ Health Perspect. 2007 Jun;115(6):876-82.
Department of Community and Preventive Medicine, University of Rochester School of Medicine and Dentistry, Rochester, New York 14642, USA. richard_stahlhut@urmc.rochester.edu
BACKGROUND: Phthalates impair rodent testicular function and have been associated with anti-androgenic effects in humans, including decreased testosterone levels. Low testosterone in adult human males has been associated with increased prevalence of obesity, insulin resistance, and diabetes. OBJECTIVES: Our objective in this study was to investigate phthalate exposure and its associations with abdominal obesity and insulin resistance. METHODS: Subjects were adult U.S. male participants in the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 1999-2002. We modeled six phthalate metabolites with prevalent exposure and known or suspected antiandrogenic activity as predictors of waist circumference and log-transformed homeostatic model assessment (HOMA; a measure of insulin resistance) using multiple linear regression, adjusted for age, race/ethnicity, fat and total calorie consumption, physical activity level, serum cotinine, and urine creatinine (model 1); and adjusted for model 1 covariates plus measures of renal and hepatic function (model 2). Metabolites were mono-butyl phthalates (MBP), mono-ethyl phthalate (MEP), mono-(2-ethyl)-hexyl phthalate (MEHP), mono-benzyl phthalate (MBzP), mono-(2-ethyl-5-hydroxyhexyl) phthalate (MEHHP), and mono-(2-ethyl-5-oxohexyl) phthalate (MEOHP). RESULTS: In model 1, four metabolites were associated with increased waist circumference (MBzP, MEHHP, MEOHP, and MEP; p-values 0.013) and three with increased HOMA (MBP, MBzP, and MEP; p-values 0.011). When we also adjusted for renal and hepatic function, parameter estimates declined but all significant results remained so except HOMA-MBP. CONCLUSIONS: In this national cross-section of U.S. men, concentrations of several prevalent phthalate metabolites showed statistically significant correlations with abdominal obesity and insulin resistance. If confirmed by longitudinal studies, our findings would suggest that exposure to these phthalates may contribute to the population burden of obesity, insulin resistance, and related clinical disorders.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mais do mesmo...

Artigo interessante, fresquinho do PUBMED:


•Int J Hyg Environ Health. 2007 Sep 20
Phthalates: Toxicology and exposure.
Heudorf U, Mersch-Sundermann V, Angerer J.
•Public Health Department of the City of Frankfurt, Germany.
•Phthalates are used as plasticizers in PVC plastics. As the phthalate plasticizers are not chemically bound to PVC, they can leach, migrate or evaporate into indoor air and atmosphere, foodstuff, other materials, etc. Consumer products containing phthalates can result in human exposure through direct contact and use, indirectly through leaching into other products, or general environmental contamination. Humans are exposed through ingestion, inhalation, and dermal exposure during their whole lifetime, including intrauterine development. This paper presents an overview on current risk assessments done by expert panels as well as on exposure assessment data, based on ambient and on current human biomonitoring results. Some phthalates are reproductive and developmental toxicants in animals and suspected endocrine disruptors in humans. Exposure assessment via modelling ambient data give hints that the exposure of children to phthalates exceeds that in adults. Current human biomonitoring data prove that the tolerable intake of children is exceeded to a considerable degree, in some instances up to 20-fold. Very high exposures to phthalates can occur via medical treatment, i.e. via use of medical devices containing DEHP or medicaments containing DBP phthalate in their coating. Because of their chemical properties exposure to phthalates does not result in bioaccumulation. However, health concern is raised regarding the developmental and/or reproductive toxicity of phthalates, even in environmental concentrations.

O abstract acima chama a atenção para o fato que as crianças são muito mais expostas do que os adultos aos ftalatos, cerca 20 vezes mais! O alerta é válido pois é justamente esta população, além das gestantes, o público mais susceptível aos efeitos dos ftalatos. Outra observação importante é que apesar de não possuirem propriedades bioacumulativas a presença maciça de produtos contendo ftalatos em nossas vidas é suficiente para causar preocupação quanto aos danos sobre o desenvolvimento e sobre a reprodução humanas.
(E isto sem falar da atividade sobre a tireoide, sobre o receptor de pregnana, sobre o DNA.)
Coisa para refletir...